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Barrar as duas denúncias contra o presidente Michel Temer custou caro para o governo. De acordo com o site Congresso em Foco, desde que o presidente foi acusado pela primeira vez, em junho deste ano, foram liberados R$ 6,6 bilhões em emendas parlamentares destinadas a deputados e senadores.
A ONG Contas Abertas detalha que de janeiro a maio de 2017 foram gastos R$ 102,6 milhões. Em junho, época da primeira denúncia, o valor passou para R$ 2 bilhões. No mês seguinte, os gastos continuaram aumentando, atingindo os R$ 2,2 bilhões e voltando a diminuir em agosto, quando foram registrados R$ 199 milhões. Durante a época da segunda denúncia, em setembro, o valor liberado em emendas foi de R$ 1 bilhão e em outubro ultrapassou o R$ 1,2 bilhão.
“A cronologia dos empenhos orçamentários demonstra, claramente, que as emendas estão sendo utilizadas como moedas de troca. Ainda que sejam obrigatórias, o governo realiza os empenhos estrategicamente às vésperas das votações do seu interesse”, aponta Gil Castelo Branco, secretário-geral da Associação Contas Abertas.
Partidos
Os partidos que mais receberam com as emendas são o PMDB, com R$ 801 milhões, seguido pelo PT, com R$ 600 milhões, PSDB, com R$ 547 milhões, PP, com R$ 497 milhões, PR, com R$ 400 milhões, PSD, com R$ 371 milhões, PSB, com R$ 319 milhões, DEM, com R$ 262 milhões, PTB, com R$ 212 milhões e PDT, que recebeu R$ 190 milhões.
Carlos Zarattini, líder do PT na Câmara, explica que a liberação maior para o partido acontece para “igualar” os valores de outros partidos. “Logicamente que se você pegar ao longo do ano, começou sendo liberado mais para partidos da base e menos do PT e dos partidos de oposição. A medida que chega o fim do ano, eles são obrigados a igualar [os repasses por meio de emendas impositivas]. Não pode deixar de igualar. Nós já estamos em novembro. Então, se você tirar essa média, você vai ver que elas estão se aproximando. O PT, pelo número de deputados na bancada, está se aproximando dos partidos da base exatamente porque eles são obrigados a liberar as emendas”, detalhou.