Casas são metáforas da mente. Elas podem assumir as mais diversas formas e levar a jornadas amplas pelo significado de viver. Cada uma delas aponta para memórias afetivas, digressões presentes e perspectivas de um porvir marcado pela diversidade de sonhos. A imaginação atua muito no processo de construção de um amplo imaginário.
A Vila Pragmática de Rogério Pessoa (@artepessoa) integra uma série de instalações. Concretiza uma desafiadora capacidade de criar. Não é o ponto de chegada de um processo criativo, mas detona uma jornada de múltiplas possibilidades de começar um autoconhecimento e de procurar um lugar no mundo.
Cada casa que forma a vila conversa com as outras do mesmo modo que pessoas dialogam entre si. Há harmonias e desarmonias; e encontros e desencontros sugeridos, mas o conjunto encanta porque alerta que diferenças e semelhanças podem conviver quando colocadas próximas umas às outras.
As casas, portanto, falam uma linguagem própria. Há um dialeto somente delas que, para ser minimamente desvendado, demanda entrar na mesma vibração de quem as criou. Existe a necessidade de mergulhar em uma fantasia que concebe cada uma delas como personagem da jornada do existir, na qual o único limite é se recusar a imaginar.
Oscar D’Ambrosio
@oscardambrosioinsta
Pós-Doutor e Doutor em Educação, Arte e História da Cultura, Mestre em Artes Visuais, jornalista, crítico de arte e curador.