A arte revolucionária de Doris Homann estará na exposição NQHOMA: ‘NÓS QUE HABITAMOS O MUNDO ALHEIO’ que acontece de 20 de junho a 20 de agosto na Galeria Arqtus- Ligia Testa em Campinas.
Doris Homann é uma artista que sobreviveu aos horrores das duas guerras mundiais e pintou as dores, lutas e transformações de seu tempo. Uma mulher revolucionária, que conviveu com os maiores nomes da cultura europeia em sua época e deixou um legado ainda pouco conhecido no Brasil, o país que escolheu para viver com as duas filhas. Assim é Doris Homann (1898-1974), a pintora nascida na Alemanha e cuja obra será apresentada na exposição NÓS QUE HABITAMOS O MUNDO ALHEIO’.
Doris Homann, foi pintora, ceramista, escultora e gravurista. E reúne em torno de si uma biografia de enorme riqueza e uma obra que reflete as angústias e também as esperanças de períodos tumultuados da história da humanidade
A curadora Ligia Testa comenta que a participação das obras de Doris nesta exposição é fruto do desejo da filha de Doris Homann, Claudia, que reside em Campinas em promover os trabalhos da mãe como tributo à sua vida e obra. Lívia, a primogênita, faleceu recentemente.
Doris Homann nasceu em Berlim, no dia 16 de maio de 1898. Nascida em família de classe média alta, a artista vivenciou infância e adolescência nos últimos momentos do Império Alemão, sob o domínio de Wilhelm II, até sua abdicação em 1918, ao final da Primeira Guerra Mundial.
Talento precoce, Doris estudou no Konigstaatlisches Lizeum (Liceu Real) e na Academia de Belas Artes, tendo integrado o círculo de artistas reunidos em torno do escultor e pintor Otto Freundlich. Ele foi um dos nomes com obras incluídas na famigerada exposição da Arte Degenerada, assim designada por Adolf Hitler. Freundlich morreu no campo de Majdanek, na Polônia, em 1943.
O Café Leon, em Berlim, era um dos principais pontos de encontro da intelectualidade europeia e nele Doris passou bons momentos com o marido, o jornalista e dramaturgo Felix Gasbarra.
Com a chegada de Hitler ao poder, em 1933, a situação política, econômica e social na Alemanha ficou cada vez mais insustentável e logo Doris Homann transferiu-se com as filhas e marido para a Itália. Por suas atividades, Félix Gasbarra já era considerado, a essa altura, persona non grata na Alemanha nazista. Longe do nazismo, mas bem perto da guerra, Doris presenciou em setembro de 1943 o bombardeio aliado à cidade de Frascati, onde residia com as filhas.
A primogênita, Livia, foi a primeira a mudar-se para o Brasil e em 1948 foi a vez de Doris vir para o país com a filha Claudia. Elas passaram a viver no Rio de Janeiro, onde logo Doris foi reconhecida como grande artista. A primeira grande exposição ocorreu no final de 1950, na sede do Ministério da Educação, no Rio de Janeiro. Inaugurado em 1943, o prédio é um marco da arquitetura moderna brasileira, tendo sido projetado por uma equipe composta por Lucio Costa, Oscar Niemeyer e Affonso Eduardo Reidy, entre outros, sob consultoria do franco-suíço Le Corbusier. Com essas credenciais, a galeria do Ministério da Educação, onde expôs Doris Homann, foi duramente muito tempo a mais badalada na capital fluminense.
Muitas outras exposições e premiações ocorreriam e uma das últimas, em 1967, foi na Galeria Cristalpa, em Copacabana, como parte das homenagens a Herbert Moses (1884-1972), que encerrava seu longo mandato na presidência da Associação Brasileira de Imprensa.
Doris Homann é uma das artistas talentosas e estará com suas obras em exibição juntamente com mais 13 artistas Cristiane Maschietto, Cris Sagarra, Di Miranda, Duda Clementino, Fernanda Carvalho, Flavia Jackson, Gisele Faganello, Josie Mengai, Mariana Gadelha, Nadir Santilli, Nenesurreal, Olívia Niemeyer e Tânia Martins apresentando uma diversidade de trabalhos.
SERVIÇO
NQHOMA: ‘NÓS QUE HABITAMOS O MUNDO ALHEIO’
Quando: Vernissage em 20 de junho, das 17 às 21h;
Visitação: sob agendamento até 20 de agosto (por mensagem ao WhatsApp 19 99792 7221)
Onde: Galeria Arqtus – Ligia Testa
Endereço: Av. Dr. Heitor Penteado, 1611 – Taquaral, Campinas