Pintar chuva é um desafio na história da as artes visuais. Não são muitos os que tentam – e os resultados muitas vezes ficam distantes da motivação inicial.
Talvez a principal questão esteja em como dar a uma manifestação da natureza, que se relaciona à percepção tátil do molhado e à sonoridade das gotas caindo sobre alguma superfície, uma expressão apenas visual.
É ao ver a chuva em uma obra bi ou tridimensional que as outras percepções do fenômeno físico seriam despertadas. “Chuva” (1990), obra pintada com tinta a óleo sobre cartão (23 x 17 cm), por José Antonio da Silva (Sales de Oliveira, SP 1909 – São Paulo, 1996), é exemplar no tratamento pictórico do assunto. Temos ali o céu ameaçador, a queda torrencial de água e a pequena residência rural quase desmanchando.
O fazer do artista paulista instaura assim a sua magia. Esta obra integra o Salão Paulista de Arte Naif no Museu de Arte Sacra de São Paulo, SP.
Oscar D’Ambrosio
@oscardambrosioinsta
Pós-Doutor e Doutor em Educação, Arte e História da Cultura, Mestre em Artes Visuais, jornalista, crítico de arte e curador