O Universo Geométrico de Ricárddo P. Pínto

Desde Marcel Duchamp, que, em 1917, considerou seu célebre urinol uma obra de arte, a criação visual está relacionada aos conceitos que cada um estabelece para aquilo que realiza. Uma obra tem um espaço no sistema de arte quando tem um sentido para quem a fez e para o público, seja ele especializado ou não.

“Meu Universo Geométrico”, de Ricárddo P. Pínto, é um mergulho nas diversas formas que o artista concebe. Muitas delas remetem a elementos reconhecíveis do que se considera o mundo real, como um cão, um sapato, uma casa e um edifício estilizado. São todos elementos que remetem ao universo cotidiano, apresentados sob uma perspectiva geométrica.

A arte merece esse nome sempre que tem o poder de desestabilizar, ou seja, de criar indagações no observador. Nesse aspecto, Riccárdo P. Pínto traz uma composição que tanto lida com elementos oriundo das mandalas de origem oriental como se aproxima de recursos relacionados com a modernidade, deformando aquilo que se costuma considerar como sendo real.

O universo geométrico é “meu”, ou seja, existe uma intencionalidade que provém da primeira pessoa, mas não se esgota em uma interpretação trivial. Pelo contrário, a composição aponta para uma transformação de saberes internos para apresentar ao público todo um encantamento que impacta e indaga o observador sobre o sentido universal da própria arte e da existência.

Oscar D’Ambrosio
@oscardambrosioinsta
Pós-Doutor e Doutor em Educação, Arte e História da Cultura, Mestre em Artes Visuais, jornalista, crítico de arte e curador.

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