Em Catanduva, SP, o Dr. João Romera sempre foi um exemplo de pessoa e profissional. Morreu no dia 29 de junho de 2015, aos 84 anos. Pediatra, completaria, em 2015, 58 anos de profissão, causou grande comoção na cidade entre a classe médica, amigos e os inúmeros pacientes que atendeu em todos esses anos. Foi um grande pesar e tristeza para a comunidade catanduvense.
Dr. João faleceu em Rio Claro, onde estava internado em razão de complicações de uma doença degenerativa que atingiu sua musculatura. Sua luta contra a doença durou cinco anos. Dr. João Romera era casado com a artista plástica Marisa, e genitor dos médicos Renata, Vitor e Daniela (fisioterapeuta).
Dr. João Romera deixou um importante legado a toda classe médica. Um profissional de caráter, que sempre tratou seus pacientes com todo carinho e respeito, que era uma atitude sua para com todos que com ele interagiam.
O filho radiologista Dr. Vitor de Carvalho Romera disse: “Falar do meu pai é muito fácil. Um homem que, entre suas inúmeras características, podem ser citadas sua humildade, dedicação e serenidade. Um homem que tinha um lado humano muito evidente. Para mim, e toda a minha família, foi um privilégio conviver com ele durante a vida. Meu pai teve três grandes dedicações, que foram exemplos pra mim: a família, a Medicina em si e seus pacientes, a quem dedicou boa parte de seu tempo, inclusive, em trabalhos voluntários”.
O Centro Acadêmico Emilio Ribas e Faculdade de Medicina de Catanduva criaram em 2015 um prêmio “Dr. João Romera”.
1º Prêmio João Romera
Dia 06 de novembro 2015, às 19h30, no Anfiteatro Padre Albino, o Centro Acadêmico Emílio Ribas do curso de Medicina da FIPA promoveu a outorga do 1° Prêmio João Romera, que premiou a melhor atuação das Ligas do curso durante o Encontro de Ligas Estudantis de Catanduva (ELEC), promovido em maio daquele ano. Os trabalhos foram avaliados por comissão de docentes do curso e o trabalho da Liga de Infectologia, desenvolvido em parceria com a Liga de Ginecologia e Obstetrícia, foi vencedor. O segundo lugar ficou para a Liga do Trauma. O prêmio leva o nome do Dr. João Romera, médico falecido em 2014 e que foi docente do curso de Medicina da FIPA de 1974 até 2010. Após a premiação, Dr. Carlos Elysio Castro Corrêa falou sobre o colega homenageado e entregou uma placa à família do ex-professor. (leia publicação da noticia em https://www.fundacaopadrealbino.com.br/jornal/edicoes/8ecfdeeac393ab651f7e9505528891d0.pdf na página 6)
ENTENDA
O Prêmio “Dr. João Romera”. trata da premiação do mérito do estudante de graduação presencial, em dinheiro é oferecida pelo centro acadêmico aos dois primeiros colocados para aplicação nas ações desenvolvidas ao longo do ano.
Na ocasião de seu falecimento, o Dr. Manuel Castro Lahoz publicou um lindo texto fazendo uma homenagem aos seu ex-professor e amigo:
Desde menino ouvia falar no Dr. João Romera, e com muito respeito, e sempre falando muito bem; foi a minha primeira impressão sobre um médico pediatra. Criança que era, e só ouvindo o que de melhor se pode falar de um médico, mesmo sem conhecê-lo já fiquei seu admirador, fã.
Em minha casa felizmente sempre contamos com a assistência médica do meu tio Alberto (Dr. Lahoz) e nunca tivemos algo mais grave que precisasse de um pediatra (outros tempos), nunca precisamos ser atendidos pelo Dr. João Romera.
Então, iniciei meu curso de medicina na FAMECA, e como sou da segunda turma, já no terceiro ano frequentava o Hospital padre Albino assiduamente, e aí o pediatra e professor João Romera passou a ser referência para mim, e todos os alunos.
Sempre bem humorado, calmo, absolutamente responsável e ciente da sua missão como médico e professor, conseguia nos deixar a vontade para todas as perguntas e nos incentivava a procedimentos, como punção da veia femoral e punção lombar (colher líquor); a minha primeira vez foi sob a sua orientação (só consegui, me permiti tentar pois minha confiança no Dr. João era absoluta: se ele está me permitindo , orientando e pedindo que faça é porque eu sou capaz). Fiquei uma semana falando a respeito e me lembro até hoje com detalhes do contexto.
Depois de formado fui para São Paulo, e quando voltei para Catanduva em 1997 e me casei com a Gisele me aproximei mais do Dr. João Romera e de sua família, pois a Gisele literalmente os admirava incondicionalmente. E o Dr. João Romera deu um jeito de me levar para a FAMECA, todos os anos, enquanto ele morou aqui em Catanduva, eu dava aulas no quarto ano, na sua classe, sobre desenvolvimento cognitivo da criança e o que mais eu achasse importante sobre Programação Neurolinguística.
Só ele para me dar essa oportunidade, esse estímulo, essa injeção de auto estima.
Muitas conversas, muitos encontros, fizemos parte de um grupo seleto de amigos, mas, eu nunca consegui chamá-lo de João, como ele pedia; só Dr. João Romera, e vai ser sempre assim.
Partiu para outra dimensão neste dia 29 de junho, de forma simples e discreta, como ele sempre se manifestou não importasse o contexto. Um homem que nos dava identidade como seres humanos, exemplo vivo de bondade e atenção, amigo, uma lenda na minha história dentro da medicina e no meu trajeto como cidadão.
Como foi bom tê-lo conhecido, tê-lo como professor e como amigo; um privilégio único. Palavras são insuficientes para expressar o que Dr. João Romera significa. Gratidão eterna.
Aos amigos, Marisa (sua esposa) e Vitor, Daniela e Renata (filhos) nossa saudação amiga, e que Deus lhes conforte sempre.