Endosutura gástrica é um novo recurso no combate a obesidade

Médico especialista fala sobre procedimento que está crescendo na luta contra o peso

 

A prevalência da obesidade tem aumentado globalmente, levando a uma série de complicações médicas, incluindo diabetes tipo 2, hipertensão e doenças cardiovasculares. Intervenções cirúrgicas, como a cirurgia bariátrica, têm mostrado eficácia significativa na redução de peso e na melhora das comorbidades associadas à obesidade. No entanto, procedimentos menos invasivos, como a Endosutura Gástrica, estão ganhando destaque por sua abordagem minimamente invasiva e menor tempo de recuperação.

Hoje, a própria Organização Mundial de Saúde reconhece a obesidade como uma condição médica complexa que representa um risco significativo para a saúde pública global. A Endosutura Gástrica, também conhecida como Gastroplastia Endoscópica, surge como uma técnica promissora no tratamento da obesidade, especialmente para pacientes que não obtiveram sucesso com métodos tradicionais de perda de peso.

“A Endosutura Gástrica é um procedimento inovador realizado com um dispositivo chamado ‘Overstitch’, que permite a realização de suturas no estômago via endoscopia, sem necessidade de incisões. Este procedimento resulta na redução do tamanho do estômago, levando a uma sensação de saciedade mais rápida e, consequentemente, à perda de peso”, explica Dr. Mauro Jácome, cirurgião geral e endoscopista, especialista no tratamento de obesidade com balão intragástrico e endosutura.

Mauro destaca que o método é realizado como uma endoscopia, a Endosutura Gástrica é um procedimento minimamente invasivo que dura aproximadamente uma hora. Sob anestesia, o médico especializado insere o aparelho endoscópico pela boca do paciente, fazendo as suturas na parede do estômago para reduzir seu volume. Este procedimento não requer internação prolongada, permitindo que o paciente retorne para casa no mesmo dia.

Estudos demonstram que a Endosutura Gástrica é uma técnica eficaz para a perda de peso em pacientes com índice de massa corporal (IMC) entre 30 e 40 que não tiveram sucesso com outros métodos de emagrecimento. A redução média de peso em um ano é de aproximadamente 18-20% do peso corporal inicial. Além disso, a taxa de complicações é relativamente baixa, sendo a maioria dos efeitos adversos leves e temporários.

“O sucesso a longo prazo da Endosutura Gástrica depende de um acompanhamento multidisciplinar. Após o procedimento, o paciente deve seguir uma dieta balanceada sob orientação de um nutricionista e realizar acompanhamento psicológico para facilitar a reeducação alimentar e a adaptação às mudanças na imagem corporal. A retomada das atividades físicas é recomendada após duas semanas, ajudando na manutenção da perda de peso e na melhora da saúde geral”, antecipa Mauro Jácome.

Todo esse processo de cuidados é essencial para que o reganho de peso não ocorra. Ainda neste aspecto, para o especialista, um dos principais desafios nas intervenções para perda de peso é o reganho de peso a longo prazo.

“Estudos indicam que até 50% dos pacientes submetidos a procedimentos bariátricos podem experimentar algum grau de reganho de peso após cinco anos. No entanto, a combinação de técnicas cirúrgicas com intervenções comportamentais e dietéticas pode mitigar esse risco. O acompanhamento contínuo e multidisciplinar é crucial para garantir o sucesso a longo prazo e minimizar o risco de reganho de peso”, conclui Mauro Jácome.

 

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