Tratamento depende sempre do diagnóstico
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O médico Luciano Machado (CRM-TO 2081), especialista em restauração capilar, conta que o cabelo tem um ciclo ao produzir o fio e depois de certo tempo, aquele fio antigo cai. Isso quer dizer que a raiz gera um fio novo e, como consequência, solta o fio velho. O especialista esclarece que essas trocas acontecem constantemente, fazendo o indivíduo trocar entre 100 a 150 fios de cabelo por dia, numa quantidade considerada normal.
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No entanto, o médico alerta que a pessoa deve se preocupar com a queda ao perceber um volume de cabelo menor — acordar de manhã e verificar um número grande de fios no travesseiro, pentear o cabelo e ficar muitos fios no pente, ou às vezes, utilizar o shampoo durante o banho e notar a quantidade volumosa de fios nas mãos ao ensaboar a cabeça.
Conforme Luciano, torna-se mais crítico quando a queda de cabelo começa a repercutir na estética visual, provocando o aumento de rarefação (transparência do couro cabeludo). “A sensação de que o cabelo está pouco e o crescimento desacelerado são sinais que levam à preocupação e a procurar uma investigação sobre o quadro”, aponta.
Causas da queda excessiva de cabelo
Segundo o médico, nas mulheres, as causas acontecem devido às alterações hormonais (queda do estrogênio). O hormônio está associado ao estímulo, processo de renovação e a própria aparência do fio. À medida que os hormônios femininos caem, a testosterona começa a se sobressair, diminuindo o ciclo de renovação do fio, responsável por um couro cabeludo mais seco, chamado efeito andrógeno.
O especialista pontua que a queda de cabelo no público masculino está associada ao quadro de alopecia androgenética — provocada pelo excesso do hormônio chamado dihidrotestosterona (DHT). “Esse tipo de calvície, sendo extremamente comum em homens, é passível de reverter com transplante capilar. É um quadro crônico. É um problema progressivo que o afeta ao longo da vida”, observa.
Tratamento De acordo com o Luciano, a calvície do homem (alopecia androgenética) é um problema hormonal. Portanto, lança-se mão de inibidores da ação desse hormônio, medicamento mais comum que faz essa função de inibir o DHT (nome do hormônio que causa a queda). “O inibidor do DHT é a Dutasterida ou Finasterida (ambas diminuem o volume de DHT no sangue). Concomitante a isso, entram medicamentos que consertem o estrago feito pelo DHT. O Minoxidil também é muito famoso, melhorando o fluxo de sangue no couro cabeludo. Já os peel foods, vitaminas e minerais para o cabelo, ajudam a fortalecer o fio e auxiliam quase todo tipo de alopecia”, explica.
Entretanto, o médico lembra que se o diagnóstico de alopecia for doença autoimune, como a cicatricial fibrosante, é preciso pensar em algum modulador imunológico (o uso de corticoides pode ser comum). Ele ressalta que na alopecia causada pelo hipertireoidismo, por exemplo, é possível fazer o balanço hormonal dos hormônios análogos que a tireoide produz, podendo evitar esse quadro.