Diego Olivares,Yahoo Vida e Estilo
Se o mundo todo conhece Rocky Balboa, o mesmo não pode ser dito sobre o ex-boxeador que ostenta o apelido de “Rocky da vida real”, Chuck Wepner. ‘Punhos de Sangue’, uma das estreias nos cinemas brasileiros desta quinta-feira, tem a intenção de contar esta história, pegando carona na popularidade do filme estrelado por Sylvester Stallone, convertido em clássico desde seu lançamento, em 1976.
Wepner (interpretado no filme por Liev Schreiber, um bom ator que tem rara chance de ser protagonista e não decepciona) nunca foi um postulante real ao cinturão dos pesos-pesados. Tinha a fama de sangrar com facilidade durante as lutas, o que era motivo de provocação dos adversários. Em 1975, porém, quis o destino – e a mão do empresário Don King – que ele tivesse a chance de subir ao ringue e encarar o então novo campeão da categoria, Muhammad Ali.
Dado nas casas de apostas como presa fácil, Wepner sequer pensou que poderia vencer. Para ele, o típico azarão, afundado em problemas com bebidas e mulheres, o importante era resistir o maior tempo possível. Saber aguentar as porradas era sua maior habilidade.
‘Punhos de Sangue’ constrói bem este clima de herói improvável, e fica ainda mais inusitado quando entra na metalinguagem. O protagonista é informado que um ator iniciante escreveu um roteiro após ver a luta contra Ali, e então a história ganha mais sabor para todos os apaixonados por cinema. Wepner acompanha a trajetória de sucesso de ‘Rocky’, incluindo a consagração no Oscar de 1977, ao mesmo tempo em que sua vida pessoal desmorona, com direito ao vício em drogas, uma separação turbulenta e o fim de sua carreira.
O filme chega a mostrar encontros do protagonista com Stallone (interpretado por Morgan Spector), mas deixa de fora uma controvérsia que veio logo depois. Considerando que nunca tinha recebido a devida compensação financeira por todos os lucros que a franquia ‘Rocky’ gerou, Wepner processou o astro em 2003, exigindo cerca de US$ 15 milhões. Três anos mais tarde, os dois chegaram a um acordo antes do caso ir a julgamento, por valores não revelados.