ABBC projeta nova queda de 0,50 p.p. na taxa Selic 

Sem alteração substancial no balanço de riscos, a ABBC ­- Associação Brasileira de Bancos projeta que o ritmo de queda de 0,50 p.p. dos juros deve ser mantido no próximo encontro do Copom. Com isso, a taxa Selic deverá fechar o ano em 11,75% a.a..
 

Everton Gonçalves, superintendente da Assessoria Econômica da ABBC, alerta que apesar de que a inflação deva fechar o ano de 2023 em patamar mais baixo do que o inicialmente antecipado e ficar dentro do intervalo de tolerância da meta, as expectativas inflacionárias para 2024 e 2025 ainda permanecem desancoradas, exigindo uma política monetária em campo restritivo.
 

“Mesmo com uma evolução fortemente benigna para a inflação de serviços, das medidas de núcleos e subjacentes, ainda não se constata um movimento de queda consistente nas expectativas inflacionárias, o que é um fator complicador para a política monetária”, avalia Gonçalves.
 

Como contraponto, destaca que os movimentos desde a última reunião do Copom foram positivos para o balanço de riscos. “A melhora nas condições financeiras, expressa na significativa queda nas taxas de juros de longo prazo nos EUA, reduziram as pressões externas que elevavam o grau de incerteza da inflação e exigiam cautela do Copom”, comenta Gonçalves. Adicionalmente, os indicadores domésticos de atividade recente mostraram sinais de desaceleração, reduzindo as pressões relativas ao hiato do produto.
 

De forma a orientar a evolução da política monetária, o especialista destaca que o Banco Central deveria trazer em sua comunicação uma atualização do cenário externo e as implicações da queda das taxas de juros de longo prazo nos EUA na dinâmica inflacionária local, sobretudo no que se refere à manutenção do ciclo de flexibilização monetária. Por fim, na dependência da percepção de uma desaceleração mais intensa da atividade e da redução bem gradual da taxa real de juros, o Copom poderia avaliar uma alteração em sua comunicação que deixasse uma abertura para uma elevação no ritmo de queda da Selic.

Sobre a ABBC – A Associação Brasileira de Bancos (ABBC) é uma entidade sem fins lucrativos, instituída em 1983 para contribuir com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) e gerar benefícios a seus associados e à sociedade em geral como colaboradora no desenvolvimento econômico sustentável do Brasil. A ABBC tem mais de 110 instituições associadas (entre bancos, cooperativas de crédito, fintechs e financeiras) e está entre as maiores entidades representativas do SFN. Faz parte do escopo da associação a prestação de serviços voltados para a otimização de atividades, a redução de custos operacionais, a observância regulatória e a promoção de ações de cunho educacional, visando capacitar profissionais que tenham relacionamento com o setor. Entre os pilares estratégicos da instituição estão as ações de ESG, liderança feminina, cibersegurança e prevenção de fraudes.

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