Comemorado em 24 de janeiro, o Dia do Aposentado foi criado em homenagem a lei de previdência social no Brasil. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) do IBGE, em 10 anos o número de pessoas com 60 anos ou mais passou de 11,3% para 14,7% da população. Além disso, de acordo com o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), o número de aposentados e pensionistas é de mais de 39 milhões de brasileiros. Para aqueles que após a aposentadoria querem se manter em atividade, o segmento de franchising é uma boa alternativa pela segurança, modelo de negócio formatado e testado, além da força deste mercado, que cresceu 11,4% no terceiro trimestre de 2023, de acordo com dados da Associação Brasileira de Franchising.
Abaixo, veja histórias de aposentados que investiram no próprio negócio após encerrar sua trajetória profissional no ambiente corporativo.
5àsec
Após anos trabalhando na indústria, Hidehiko Hashimoto acreditou que teria certa dificuldade em se realocar no mercado de trabalho depois que a empresa onde atuava foi vendida. Logo, se aposentou aos 57 anos e decidiu que era o momento de investir em um negócio próprio. Ao pesquisar franquias no mercado, optou pela 5àsec pelo segmento de atuação e a expertise da marca francesa. Foi no ano 2000 que a operação Bela Vista Consolação, na capital de São Paulo, foi aberta pelo engenheiro mecânico. Atualmente, o empresário é responsável pela administração e finanças e sua companheira pela gestão operacional do negócio. “Um conselho que dou para aqueles que são aposentados, mas ainda querem continuar na ativa é se especializar na área de desejo e do negócio que quer abrir. Dessa forma, terá mais experiência e conhecimento para gerir a operação. Esta é uma dica de quem tá há 24 anos no mercado de franchising”, finaliza.
Água Doce Sabores do Brasil
Para realizar um dos seus sonhos antigos, Sueli Fragoso trabalhou por mais de 30 anos como bancária. A chegada da tão sonhada aposentadoria permitiu o investimento em um negócio de alimentação que proporcionava a realização de um objetivo antigo. “Era moradora de Bauru, no interior de São Paulo, e frequentava assiduamente a Água Doce da cidade. A estrutura, pratos e bebidas de qualidade sempre me chamaram a atenção. Quando me aposentei, estudei algumas alternativas e vi que era em uma franquia da rede que iria realizar um dos meus sonhos. Como atuei por cinco anos em um banco na cidade de Lençóis Paulista, notei que muitos moradores se deslocavam até Bauru para frequentar a unidade da marca. Não pensei duas vezes em investir em um restaurante da franquia na cidade, para oferecer o que há de melhor na culinária brasileira”, comenta Fragoso, que junto com o marido José Eduardo, administram a operação desde 2007.
Calçados Bibi
De carteira assinada aos 14 anos e aposentada aos 50, Marilusa Pontini sempre atuou no Varejo. Após a aposentadoria, com experiência lidando com franquias na empresa onde trabalhava, Pontini decidiu colocar em prática o desejo de ser dona do seu próprio negócio. Ao conhecer a Bibi e toda a experiência da marca no mercado calçadista, a pós-graduada em diversos cursos na área de negócios, vendas e marketing investiu em uma operação da rede na cidade de Vila Velha, no Espírito Santo, em 2008, sendo a segunda franqueada da marca. De acordo com a empresária, antes mesmo de pensar em fazer parte de empresa, ela já era cliente e buscava pelos calçados para seus sobrinhos. “A Bibi sempre esteve presente na minha vida e quando viajava a trabalho, procurava por itens da marca. Então, quando surgiu a oportunidade de participar do projeto de franquia, não pensei duas vezes antes de investir”, comenta. Mesmo aposentada, a empresária se mantém na ativa tanto na área profissional, quanto pessoal, praticando atividade física regularmente e permanecendo saudável aos 70 anos.
Casa do Construtor
Preservar a saúde mental e manterem-se ativos. Estes são dois dos motivos que levaram a executiva da área financeira, Maria Luiza Silva e o químico industrial da área têxtil, Marcelo Gomes a empreenderem após a aposentadoria. Na casa dos 60 anos, a vontade de ter um negócio próprio vem desde a juventude, mas o sonho foi adiado por vários motivos. Hoje, donos de duas unidades da Casa do Construtor, eles se veem realizados e sem vontade de parar. “Não dá para aposentar, vestir o pijama e pronto. Temos muito a viver e muito que fazer ainda”, conta Maria Luiza.
Outro ponto que os levou a empreender foi o mercado de trabalho que se mostra escasso para profissionais na faixa etária deles. “Se fossemos tentar trabalhar, não conseguiríamos emprego. Isto porque, pela idade, o mundo corporativo não nos veria mais como mão de obra útil”, diz. Apesar disso, ela acredita que empreender nesta idade traz um risco maior. “Sempre digo à nossa filha que é muito melhor empreender antes dos 30 ou 40. Isto porque nesta idade, não se pode quebrar e recomeçar, não há tempo para isso. É preciso pensar muito antes de se tomar uma decisão e ter os pés bem firmes no chão”, acrescenta.
Divino Fogão
Aposentado desde 1997, Nilton Vidigal trabalhou por anos em uma confecção, atividade em que encerrou sua trajetória profissional dentro do ambiente corporativo. Para complementar a renda e não ficar ocioso, Nilton decidiu investir no segmento de franquias, abrindo seu primeiro negócio próprio no setor de sorvetes no mesmo ano da aposentadoria. Após seu ingresso, o empresário não saiu mais do ramo do franchising. Já em 2013, ele se tornou franqueado do Divino Fogão, rede de Food Service, especializada em culinária da fazenda. Junto ao seu filho Ricardo Vidigal, Nilton administra 80% do negócio localizado no Shopping Atrium, em Santo André, no ABC paulista. Além disso, os dois também são sócios de outro restaurante da marca, no Santana Parque Shopping, na zona norte da capital paulista. Para Nilton, se manter em atividade é essencial para corpo e mente mesmo após a aposentadoria. “Estou no dia a dia do negócio, sempre atento às demandas que a operação necessita. Com isso, me mantenho ativo e em constante aprendizado mesmo aos 77 anos”, revela.
Peça Rara
Ana Leopoldina Nazário Martins é aposentada desde novembro de 2019. Trabalhou por 30 anos em um banco e apesar de estar em plena forma, física e mental, sentiu a necessidade de deixar um próximo passo em sua vida. Com a ociosidade e a pandemia seus projetos de viagens e passeios foram cancelados. Isso também acelerou a vontade de ter uma ocupação formal novamente. A aposentada não tinha intenção de empreender em qualquer outra atividade que não fosse o Peça Rara, marca que acompanha desde a criação e se identificou com a causa – economia circular, mercado de second hand (segunda mão), uma paixão que a motivou a tomar a decisão de investir a previdência, adquirida ao longo dos anos de trabalho. Para concretizar o projeto, buscou uma sócia, nem tanto pelo capital, mas para ter com quem dividir as preocupações e as conquistas – amiga de longa data, Rosana Sanches Nakayama, dentista, odontopediatra e aposentada do serviço público, que se mantinha na ativa em seu consultório particular. A dupla colocou em prática a implantação do Peça Rara Brechó Dourados, cidade do Mato Grosso. “Se não fosse uma franquia, acredito que seria muito mais difícil, mas uma marca já consolidada nos deu grande segurança”, afirma Ana Leopoldina. “A loja está em operação há um ano e meio e ainda há muito o que aprender, mas o apoio da franqueadora é contínuo, entendendo nossas dificuldades e nos orientando na busca pelos melhores resultados. Ganhamos em experiência, novas amizades e novos desafios que nos motivam”, completa.