De acordo com o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar da Fundação Padre Albino (FPA), nos últimos dez dias houve aumento na taxa de ocupação da Enfermaria de Covid-19 do Hospital Emílio Carlos de 0%, no dia 15 de novembro, para 45,45% no dia 25 do mesmo mês. Na última semana, a taxa de ocupação da UTI aumentou em 40,33%, totalizando ocupação de 53,33%.
Desde a abertura da Unidade para Respiratórios Agudos/URA para atendimento aos pacientes suspeitos e confirmados da Covid-19, os hospitais Emilio Carlos e Padre Albino fazem o acompanhamento dos dados.
Os meses com maior número de atendimentos foram julho, agosto e setembro, pico máximo em agosto. Já no final de outubro e início de novembro observa-se queda. No entanto, neste mês de novembro há crescimento progressivo nesse número, colocando a Fundação Padre Albino em estado de alerta para uma possível segunda onda, fazendo com que o número de leitos e a estrutura montada sejam preservados.
A diretora de Saúde e Assistência Social da Fundação Padre Albino, Renata Rocha Bugatti, disse estar muito preocupada com a situação. “Peço que a população não relaxe nas medidas de prevenção e, mais do que nunca, use máscara, álcool gel, lave as mãos e, principalmente, evite aglomeração”, disse ela. A diretora ressaltou que nas últimas duas semanas o número de casos positivos vem aumentando e por isso recomenda que sejam reforçados esses cuidados para que não tenhamos o impacto da primeira onda em número de atendimentos e óbitos.
De 02/04/2020 a 25/11/2020 foram atendidos 3.918 pacientes na URA, sendo 61% do sexo feminino e 39% do sexo masculino, com faixa etária de 12 a 100 anos de idade.
No mundo em SP
Na última terça-feira (24), o mundo bateu o recorde de mortes por Covid-19 registradas em um único dia desde o início da pandemia, segundo informações da plataforma de acompanhamento da pandemia da Universidade Johns Hopkins (EUA). Foram 12.785 contra 11.840 ocorridas no último dia 20. Esse número coincide com uma nova onda de Covid-19 na Europa e causou preocupação diante da aproximação das festas de final de ano, o que poderia agravar ainda mais a situação devido a reuniões de familiares e amigos.
No Brasil, o número de casos de síndrome respiratória aguda grave/Srag voltou a crescer pela primeira vez desde julho, de acordo com o boletim Infogripe, da Fiocruz, com dados registrados até o último sábado (21). A Srag é definida por um ou mais critérios, como tosse, dor de garganta e falta de ar, e pode ser causada por diversos fatores, inclusive vírus respiratórios.
A Fiocruz coleta informações de notificações de Srag do sistema Sivep-Gripe do Ministério da Saúde. O aumento das notificações foi verificado em pelo menos 12 capitais, cujos sinais são de tendência forte ou moderada de alta, e em 21 dos 27 Estados.
No Estado de São Paulo, a segunda onda da Covid-19 era esperada para o final de dezembro, de acordo com médicos que integram o comitê de combate ao novo Coronavírus. O aumento de casos neste mês de novembro foi surpresa. Alguns dos profissionais acreditam que as eleições podem ter colaborado para esse aumento, pois com as campanhas muitas pessoas saíram às ruas, somadas às festas frequentadas por jovens sem máscaras ou qualquer outro cuidado. A ocupação de leitos na grande São Paulo vem aumentando.