A deputada Beth Sahão (PT) está empenhada na defesa das Apaes de todo Estado, que estão ameaçadas de perder recursos devido à decisão da Secretaria Estadual de Educação de não renovar os convênios com as entidades e também não reajustar os valores repassados às instituições.
Na última quarta-feira, 24, diante de representantes de entidades de diversos municípios paulistas que compareceram à Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) para protestar, a parlamentar proferiu um discurso no qual comentou essa situação.
“Na semana passada, o presidente da Apae da minha cidade – eu sou de Catanduva – me ligou dizendo que hoje eles estariam aqui, porque a situação é muito grave, muito difícil. Eu acompanho muito de perto todas as dificuldades que as entidades, de modo geral, têm, e no caso as Apaes, em particular. Vejo o sacrifício que é feito para poder levantar recursos”, afirmou.
Ela destacou o empenho da Apae da cidade, no atendimento os estudantes que utilizam seus serviços. “São 400 pessoas que estudam lá e recebem atenção, cuidado e orientação que as famílias, sozinhas, não conseguiriam suprir. E elas vêm de toda a microrregião de Catanduva”, disse.
Beth também desferiu duras críticas ao poder público, por conta das dificuldades financeiras enfrentadas pelas instituições. “A miséria que tanto o Governo Federal, que também tem sua responsabilidade, quanto o Governo do Estado repassam mal dá para pagar a conta de luz, muito menos salários dignos aos professores, que devem ser extremamente capacitados e treinados, com formação continuada para poder lidar com essa realidade que não é fácil”, afirmou.
Atualmente, está sendo debatido na Alesp o projeto de lei que define o Orçamento Estadual de 2017. Beth afirmou que vai lutar, ao lado dos demais deputados da Oposição, para que seja elevado o volume de recursos destinado à educação, de modo a favorecer também entidades como a Apae.
“Ninguém faz política educacional, política pública ou política social se não houver investimentos fortes por parte do Estado. Não se pode querer que as Apaes sobrevivam apenas de leilões, rifas, quermesses ou festas juninas. O poder público precisa apoiá-las na busca por recursos”, disse Beth.
Ela aproveitou para questionar o argumento usado pelo governo de Geraldo Alckmin, de que o Estado não teria recursos para os convênios com as entidades. “Governar é estabelecer prioridades, e isso significa cobrar dos grandes devedores deste estado. Vá cobrar dos bancos que devem para o Governo do Estado, das grandes empresas que devem para o Governo do Estado. Pegue esses recursos e aplique-os em benefício daqueles que mais precisam”, afirmou.