Bom Dia – dr Manuel Lahoz

São 22 horas e Joyce deitada em sua cama percebe que não está se sentindo bem. Seu coração bate fora de seu ritmo normal, apresenta “falhas”, e a cada falha uma sensação desconfortável no peito, e um desespero na mente; além de não encontrar posição confortável na cama Joyce fica impaciente e ansiosa. Mas Joyce já se acostumou a sentir-se assim sempre que fica muito triste ou chateada, cansada de tudo, desanimada da vida, e sabe que “isso” e que causa as batidas fora do ritmo.

Ela está estudando pra valer na faculdade, faz curso de inglês e de informática, e participa como voluntária em uma instituição não governamental; o tempo parece que está curto, que passa muito depressa, ela se sente desorganizada, perdida.

Mas isso não é desorganização só, tem mais coisas.

Ela gosta de fazer o que estiver fazendo no seu ritmo, assumir compromissos que possa cumprir na sua velocidade, e não gosta, odeia, não aceita trabalhar sob pressão alem daquela que costuma usar para se motivar e incentivar sua criatividade.

Ultimamente passa mais tempo diante do computador do que de qualquer outra coisa, e computador é um aparelho tão eficiente que adora dar problemas. Logo irão criar planos de saúde para os computadores, inclusive planos funerários, pois eles além de envelhecerem e se tornarem inúteis muito depressa passam a vida toda doentes.

O computador de Joyce vive pegando viroses, e a sua Internet “todo dia” sai do ar.

Mas, Joyce não anda se sentindo bem, esse ritmo cardíaco alterado, essa depressão..,

Meu Deus, é isso, depressão, Joyce está deprimida, mas ainda não havia pensado nessa possibilidade. Percebendo melhor agora, ela percebe que está sem nenhuma paciência há dois anos, e que bom humor não existe nem em sua lembrança, e que sua memória recente anda fraca.

Mas consegue se lembrar que perdeu o interesse pelas coisas do dia a dia que tanto gostava, como preparar seu próprio lanche, enviar e-mails para amigos, ouvir música, fazer caminhadas, e tantas outras ”coisas”.

Será que a depressão é conseqüência dessa vida organizada dessa forma?
Será que entrou nessa vida fugindo da depressão?
Será que é mesmo depressão?
Será que é um aviso de que a depressão está chegando?
Seja lá o que for Joyce precisa mudar “algo” em seu modo de viver imediatamente, senão…

E o marido de Joyce acha que ela está falhando com os deveres de casa, que anda se envolvendo muito com outras “coisas”, ela está sem paciência, pensando em fazer coisas malucas; Joyce realmente não está bem.

É mais do que hora de dar um tempo e buscar auxílio terapêutico, senão…

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