Capital Estadual do Surfe, Ubatuba conta com escolinhas da modalidade e é o berço do campeão mundial

Em meio a tantas cidades litorâneas paulistas, não é um mero acaso ser considerada a Capital Estadual do Surfe, esporte recém-incluído no rol olímpico. Mas Ubatuba fez por merecer esse título, aprovado pela Assembleia Legislativa por meio da Lei 12.718/2007 (de autoria do ex-deputado Gil Arantes), ao conseguir reunir em suas praias um calendário anual recheado de eventos e, ao mesmo tempo, investir em escolinhas municipais da modalidade para crianças e adolescentes.

Para se ter uma ideia, neste ano, a cidade conta com mais de 20 eventos na agenda, entre eles, uma etapa do Paulista Profissional, que reunirá os maiores atletas brasileiros que pegam onda em busca de um lugar na elite mundial deste esporte.

De acordo com Fábio Lima, coordenador do setor de Surfe da Prefeitura, está prevista a realização de outros grandes campeonatos para as categorias de base, profissionais e amadores. “Estamos trabalhando para fazer da nossa cidade cada vez mais o polo do surf em São Paulo e no país”, afirma.

Lapidando talentos

Ubatuba tem se destacado, também, no incentivo à prática deste esporte. Neste ano, a cidade promoverá quatro etapas do Festival Estudantil de Surfe, destinado a estudantes da cidade. Também sediará a última etapa do Circuito Paulista de Base.

Além da galera que treina de maneira particular, a cidade hoje possui uma escolinha municipal gratuita para crianças e adolescentes, fundada em 1995. Atualmente, ela oferece uma média anual acima de 300 vagas distribuídas em duas unidades: Perequê e Praia Grande. São sete professores ensinando a “arte de pegar onda”.

A escolinha e os eventos organizados na cidade têm a participação direta da Associação Ubatuba de Surf, entidade que desde 2006 é conveniada à Prefeitura.

Entre as promessas do esporte está Pedrinho. O garoto de Ubatuba foi incentivado pela família e se apaixonou pelo esporte desde os 3 anos. Hoje, aos 14, ele treina com foco no campeonato Filipe Toledo On Fire, que acontece em Ubatuba, e depois vai para a segunda etapa do Circuito Paulista em São Sebastião. “Faça chuva, faça sol, eu estou na praia surfando”, comenta o garoto.

Berço de estrelas

Nos últimos anos, vários atletas despontaram no cenário nacional, como Tadeu Pereira, Renato Galvão, Odirlei Coutinho e Wiggolly Dantas. Mas o filho de Ubatuba que chegou mais longe foi Filipe Toledo, atual campeão mundial de surfe e o quarto brasileiro a chegar no posto mais alto da modalidade no mundo.

Além das conquistas pessoais que o levaram a ser o melhor do mundo, Toledo fundou em Ubatuba sua própria escola, a Filipe Toledo Surf School, fundada em 2020, que busca ajudar atletas da categoria de base, na Praia Grande. “Foram anos muito bons da minha infância ali. Brinquei e surfei muito na Praia Grande e agora estou dando mais uma retribuição à cidade que tenho muito amor. É um reconhecimento pelo que me tornei”, conta o atleta.

Como tudo começou

A história do surfe em Ubatuba começou nos anos 1960, quando uma família de americanos comprou uma casa na Praia do Tenório e importou a primeira prancha. Alguns anos depois surgiu a primeira geração de surfistas a pegar onda nas praias da cidade. Após 1975, a cidade começa a receber diversos eventos e festivais da modalidade, principalmente na praia das Toninhas.

Nos anos de 1990 é que a modalidade começa a ganhar mais visibilidade e recursos financeiros. De lá para cá, muita coisa mudou, sendo que, além de competições, a cidade já recebeu eventos como o Festival Internacional de Cinema, em 2019, e o Festival Paralímpico.

Ubatuba tem, atualmente, 92.980 habitantes, de acordo com o Censo de 2022 do IBGE e se destaca como uma das cidades litorâneas mais visitadas por turistas em São Paulo.

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