O câncer de colo de útero é um dos cânceres mais frequentes nas mulheres, estando também entre os mais letais. Apesar disso, a prevenção e detecção precoce da doença são bastante efetivas e permitem a cura na maioria dos casos. Segundo ginecologistas da Maternidade Brasília e do Exame Imagem e Laboratório, ambos da Dasa, as mulheres devem realizar avaliação ginecológica para determinar a frequência dos exames e fazer a vacinação contra o HPV, vírus responsável por 70% dos casos da doença.
“A vacina contra o HPV previne os principais tipos de vírus, que causam verrugas genitais e levam a 70% dos casos de câncer de colo de útero”, explica a ginecologista e obstetra do Exame Imagem e Laboratório/Dasa Ana Glauce. “Por isso a gente não deve deixar de fazer também o Papanicolau periodicamente, para cobrir também os casos não protegidos pela vacina. Quando esse câncer é detectado precocemente, o tratamento consegue curar a grande maioria dos casos”, continua.
Também conhecido como câncer cervical, esse tipo de tumor se desenvolve de forma lenta e, normalmente, não apresenta sinais em sua fase inicial. Já em casos mais avançados, o principal sintoma da doença é o sangramento vaginal acompanhado de mau cheiro, inclusive após a relação sexual.
“É uma doença de caráter progressivo e praticamente assintomática no início, mas depois que os sintomas começam, se define como uma doença avançada. Ela acomete primeiro o colo do útero, a região anatômica do órgão que fica em contato com a vagina. Se houver metástase – quando o câncer se dissemina além do local onde se originou –, ela pode atingir a vagina, a bexiga e o reto, que são locais próximos ao útero, bem como os pulmões, o intestino, o cérebro e os ossos, o que caracteriza a metástase à distância”, explica o ginecologista, obstetra da Maternidade Brasília Marcus Vinícius.
A frequência do exame periódico varia entre pacientes e deve ser definida pela avaliação ginecológica: pode ser anualmente, a cada seis meses ou a cada três meses. O Papanicolau detecta lesões precursoras no colo de útero que podem levar ao câncer caso não sejam tratadas. “Caso haja suspeita da doença após o Papanicolau, nós fazemos a colposcopia e uma biópsia, confirmando o diagnóstico”, diz Ana Glauce. O tratamento da doença é indicado de acordo com a avaliação do médico e leva em consideração as características da doença, como evolução, estágio, tamanho do tumor e idade da paciente. Entre as opções de tratamento estão a cirurgia, quimioterapia e radioterapia
Além da realização do exame preventivo anual, existem outras formas de evitar a doença. A prevenção primária inclui evitar o contágio com o HPV, que ocorre, na grande maioria dos casos, por meio de relações sexuais sem proteção. “A utilização de preservativos previne todas as infecções sexualmente transmissíveis (IST), entre elas o HPV, que é o grande responsável pelo surgimento do câncer de colo de útero”, conta Marcus Vinícius. O ginecologista reitera ainda que quanto mais precoce o diagnóstico, maiores as chances de cura e maior a possibilidade de manter a fertilidade da paciente para a possibilidade de uma futura gestação.