Economista analisa os impactos da guerra em Israel na economia

1. Até o momento, quais são os efeitos do conflito para a economia global e brasileira? 

R: Isso terá um grande impacto sobre a economia brasileira, uma vez que todo esse conflito tem uma reverberação global, trazendo assim interrupções na cadeia de abastecimento global. Isso influencia significativamente os preços dos produtos commodities e produtos industrializados. O Brasil, por ser uma economia bem relacionada, tende a sofrer os impactos nas exportações e importações. Além disso, afeta diretamente o mercado financeiro brasileiro, principalmente o mercado acionário.

2. Em relação ao investidor, o que é necessário estar atento nesse cenário?

R: Não somente nesse cenário, mas em qualquer cenário, é importante que o investidor esteja atento à volatilidade do mercado. Para isso, existe a diversificação. A diversificação é embasada em uma metodologia de avaliação de riscos, na qual todos os ativos do investidor devem ser pensados para suprir necessidades de curto, médio e longo prazo. Dessa maneira, a diversificação não se limita apenas ao cenário local, ou seja, ao Brasil; ela também é global. Por isso, é importante possuir diversificação de investimentos no Brasil e no exterior.

Para isso, é importante conhecer geopolítica, macroeconomia, microeconomia e fatores políticos, sociais e tecnológicos, pois tudo isso impacta diretamente o retorno dos investimentos.

3. Como a guerra entre Israel e o Hamas pode afetar o mercado global de petróleo e gás, mesmo que Israel não seja a principal fonte desses recursos? 

R: A instabilidade na região deve afetar significativamente o fluxo de recursos, mesmo que Israel não seja a principal fonte de petróleo. Esse fator com certeza impactará significativamente o preço global do petróleo. A região do Oriente Médio é uma região cujo mercado é extremamente estratégico para essa commodity, e qualquer tensão ou movimentação causa um desequilíbrio no fornecimento. 

4. Quais são os possíveis impactos econômicos globais se o conflito em Gaza se espalhar para outras regiões, como o Líbano, a Cisjordânia e além?

R: Esse é o olhar que o mercado financeiro tem prestado muita atenção, sobre qual será a escalada desta guerra, se ela realmente ampliará territórios, como o Líbano, a Cisjordânia, o próprio Irã (que já anunciou seu apoio ao conflito) e o Egito. Se isso de fato acontecer, sem sombra de dúvidas, a recessão econômica global se tornará ainda mais aguda, afetando diretamente o mercado energético mundial.

Esse é um desdobramento muito crítico, uma vez que praticamente tudo o que usamos hoje depende do petróleo.

5. Guerra pode influenciar as negociações geopolíticas em curso no Oriente Médio, incluindo o acordo entre a Arábia Saudita, os EUA e Israel. Quais seriam as consequências político-econômicas desse impacto?

R: Existem várias possibilidades, incluindo a modificação das mudanças políticas no comércio e na política de preços do petróleo, que podem ser alteradas devido a negociações entre a Arábia Saudita, os EUA e Israel, bem como devido à interferência da Rússia em locais como a Crimeia e outras regiões.

6. Qual é a probabilidade de o preço do barril de petróleo aumentar após o conflito entre Israel e Hamas, e como isso afetaria os esforços dos EUA para controlar a inflação?

R: Podemos imaginar que esse conflito também possa vir a tirar a hegemonia dos EUA como a grande potência do mundo, uma vez que o momento atual é de política contracionista, com a possibilidade de aumento das taxas de juros nos Estados Unidos para conter a inflação. O aumento do preço do petróleo afeta diretamente todos os negócios, não apenas nos EUA, mas em todo o mundo, e certamente trará uma aceleração. A instabilidade na região pode levar a um aumento nos preços do petróleo, o que, em uma reação em cadeia, resulta em um aumento na inflação.

7. Como a pressão sobre os juros norte-americanos pode aumentar devido ao aumento dos preços do petróleo e quais seriam os efeitos disso sobre outras classes de ativos?

R: Analisando os relatórios de declarações do FED – Federal Reserve (Banco Central dos EUA), existe a probabilidade de um endurecimento ainda maior na condução da política monetária, com o aumento das taxas de juros para controlar a inflação.

No entanto, toda vez que uma crise surge, também surge uma oportunidade. Ou seja, podem de fato surgir dificuldades em diversas classes de ativos, como o mercado imobiliário e as ações.

8. Na questão da economia global, o conflito pode afetar a economia tanto quanto a Guerra entre Rússia e Ucrânia?

R: Embora ambos os conflitos tenham implicações significativas, sua escala e impacto direto nos recursos globais podem diferir. O conflito entre Rússia e Ucrânia tem implicações diretas no fornecimento de gás para a Europa, enquanto o conflito entre Israel e o Hamas tem um impacto mais indireto, porém significativo, no mercado de petróleo, devido à região em que ocorre e às alianças com outros países árabes, como a Arábia Saudita, o Egito, o Iraque, o Irã e os Emirados Árabes.

9. Quais ações estão sendo mais prejudicadas pelos efeitos da guerra?

R: Azul (AZUL4), CCR (CCRO3), EcoRodovias (ECOR3), Gol (GOLL4), Hidrovias do Brasil (HBSA3), JSL (JSLG3), Log CP (LOGG3), Log-In (LOGN3), Rumo (RAIL3), Santos Brasil (STBP3), Sequoia (SEQL3) e Tegma (TGMA3).

10. Quais são os setores recomendáveis para investir nesse momento?

R:  Empresas ligadas a Gás, Petróleo e Energia, e também empresas de Saúde e Tecnologia.

  1. Enauta (ENAT3), Petrobras (PETR3 / PETR4), PetroRio (PRIO3), PetroReconcavo (RECV3)
  2. Empresas de saúde listadas e diversos BDRs, entre os quais se destacam: Baumer, Blau, Dasa, Fleury, Alliar,  Hypera, Johnson & Johnson, Astrazeneca, Kora, Mater Dei, NotreDame, Odontoprev, Oncoclínicas, PagueMenos e Pfizer.
  3. Isso é uma direção importante a ser compreendida e aprofundada: os fundamentos e o momento de cada empresa no cenário global. 

11. Resumo dos impactos da guerra Israel-Hamas no mercado global de petróleo e gás. 

  • Possíveis repercussões do conflito em outras regiões: Se o conflito se espalhar para áreas como o Líbano e a Cisjordânia, poderíamos ver uma desestabilização ainda maior no Oriente Médio. Isso poderia levar a mais interrupções no comércio e, potencialmente, a uma recessão econômica global, dada a importância da região para o mercado energético mundial.
  • Influência da guerra nas negociações geopolíticas no Oriente Médio: Se a guerra influenciar as negociações entre a Arábia Saudita, os EUA e Israel, poderíamos ver uma reconfiguração das alianças no Oriente Médio. Isso teria consequências político-econômicas significativas, como mudanças nas políticas de comércio e nos preços do petróleo.
  • Probabilidade de aumento do preço do barril de petróleo: A instabilidade na região pode levar a um aumento nos preços do petróleo. Para os EUA, que estão tentando controlar a inflação, isso pode ser problemático, pois os preços mais altos do petróleo podem acelerar a inflação.
  • Pressão sobre os juros norte-americanos devido ao aumento dos preços do petróleo: O aumento dos preços do petróleo pode levar o Federal Reserve (Banco Central dos EUA) a aumentar as taxas de juros para controlar a inflação. Isso poderia afetar outras classes de ativos, como o mercado imobiliário e as ações.
  • Comparação do conflito com a guerra Rússia-Ucrânia na economia global: Enquanto ambos os conflitos têm implicações significativas, sua escala e impacto direto nos recursos globais podem diferir. O conflito entre Rússia e Ucrânia tem implicações diretas no fornecimento de gás para a Europa, enquanto o conflito Israel-Hamas tem um impacto mais indireto, porém significativo, no mercado de petróleo.
  • Ações mais prejudicadas pela guerra: Setores como aviação, turismo e energia podem ser os mais afetados, pois dependem diretamente da estabilidade na região e dos preços do petróleo.
  • Setores recomendados para investimento: Diante da instabilidade, setores menos dependentes da volatilidade do petróleo, como tecnologia, saúde e alguns segmentos de consumo, podem ser opções mais seguras para investimento neste momento.

Assessoria de Imprensa

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