Em 10 anos, família Bolsonaro multiplicou fortuna

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O deputado Jair Bolsonaro e seus três filhos possuem um patrimônio de pelo menos R$ 15 milhões dividido em 13 imóveis. As informações são do jornal Folha de São Paulo, que realizou buscas em cartórios e identificou que os quatro políticos realizaram aquisições de casas e apartamentos em locais como Copacabana, Urca e Barra da Tijuca. O que chama a atenção é o fato de a compra dos imóveis ter sido feita por valores abaixo da avaliação da Prefeitura do Rio de Janeiro na época. Para se ter uma ideia, uma das compras foi realizada por um valor R$ 180 mil menor do que a proprietária anterior havia pago.

Em 1988, ao se candidatar pela primeira vez, Bolsonaro declarou os bens que somavam R$ 10 mil, em cotação atual, distribuídos entre um Fiat Panorama, uma moto e dois lotes em Resende, interior o Rio de Janeiro. Atualmente, a família possui, além dos imóveis, carros com valores entre R$ 45 e R$ 105 mil, um jet-ski e aplicações que somam R$ 1,7 milhão.

Valorizações

Em 2008, a família Bolsonaro declarou um patrimônio de R$ 1 milhão, com três dos 13 imóveis que possui hoje. Dois imóveis adquiridos em 2009 e 2012, em um condomínio na avenida Lúcio Costa, no Rio, custaram R$ 400 mil e R$ 500 mil, respectivamente. Na época, a avaliação da prefeitura indicava valores de R$ 1,06 milhão e R$ 2,23 milhões, respectivamente. Imobiliárias da região apontam que as duas casas custam, pelo menos, R$ 5 milhões, o que significa que as residências teriam valorizado pelo menos 450% no período.

Questionado pela publicação, o presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis do Rio de Janeiro, Manoel Maia, indica que as casas do condomínio não tiveram quase nenhuma valorização nos últimos oito anos.

Suspeita de lavagem de dinheiro

O Conselho Federal dos Corretores de Imóveis, Cofeci, vê “sérios indícios” de lavagem de dinheiro na compra da casa em que o deputado vive. Adquirida pela empresa Comunicativa-2003 Eventos, Promoções e Participações em setembro de 2008 por R$ 580 mil, ela foi vendida quatro meses depois, por R$ 400 mil. A antiga proprietária, que realizou reformas no local que, em tese, o valorizariam, explicou que decidiu ter prejuízo com a venda porque precisava do dinheiro para comprar outro imóvel.

O Cofeci indica que há um “aparente aumento ou diminuição injustificada do valor do imóve, cujo valor em contrato se mostre divergente da base de cálculo do Imposto Sobre Transmissão de Bens Imóveis, o ITBI.

Auxílio moradia

Dono de diversos imóveis, inclusive em Brasília, o deputado recebe o auxílio-moradia da Câmara, no valor de R$ 3.083. O benefício é pago para os deputados que não vivem nos apartamentos funcionais que ficam na capital federal e pode ser feito por reembolso, ao apresentar o recibo do aluguel ou de estadias em hotéis, ou em espécie, com desconto do Imposto de Renda. No segundo caso, não é necessário apresentar nenhum tipo de recibo.

 

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