Em busca da independência financeira, mulheres apostam no franchising e movimentam a economia do País

Segundo o Sebrae, o Brasil conta com mais de 10 milhões de mulheres donas de negócios em diferentes áreas. Os dados são da Pesquisa Empreendedorismo Feminino de 2022, que revelou o marco inédito de quantidade de mulheres à frente de empreendimentos desde o início do estudo em 2016. Em busca de independência financeira, muitas vezes o franchising é o caminho escolhido por elas, por fatores que englobam a segurança, a experiência das redes e os dados positivos do setor. Segundo a ABF (Associação Brasileira de Franchising), o mercado de franquias brasileiro consolidou sua recuperação e voltou a crescer em 2023, com acréscimo de 13,8% no faturamento, se comparado com 2022.

Em celebração ao Dia Internacional da mulher, comemorado em 08 de março, e para evidenciar a força e importância do setor na vida de mulheres que almejam ser donas de seus negócios, conheça histórias de empresárias que apostaram no segmento e conquistaram a tão sonhada liberdade financeira.

5àsec

Formada em Administração, Caroline Rembowski, de 40 anos, atuou por anos com e-commerce. Após a chegada da sua segunda filha e retorno da licença maternidade, a administradora foi desligada na empresa onde atuava. Com as responsabilidades da maternidade, Caroline carregava o sentimento de culpa por perder importantes atividades das suas filhas enquanto trabalhava e, mesmo ainda atuando como funcionária de uma companhia, comentava com o marido sobre ter mais tempo com as crianças. Franqueada da 5àsec há cinco anos, a história da maior rede de lavanderias e de Rembowski se alinharam após ela perceber que unidade da marca no seu bairro localizado no Alto da Boa Vista, na cidade de São Paulo, tinha sido fechada. Foi então que o marido de Caroline entrou em contato com a empresa para verificar o que havia acontecido. Descendente francês, ele já conhecia a 5àsec e sua trajetória do mercado. Ao saber da disponibilidade na região para abertura de uma nova operação, Caroline, em acordo com o marido, decidiu apostar no negócio em 2019. A abertura da primeira loja foi o ponta pé inicial na busca da independência financeira e flexibilidade de tempo para cuidar das filhas. Atualmente, a empresária conta com quatro operações da 5àsec, todas na capital paulista. “Trabalho desde os 17 anos e não era uma opção ficar em casa para me dedicar à maternidade. A chegada da 5àsec em nossas vidas foi fundamental para que eu conseguisse meus ganhos financeiros e ter condições de acompanhar o crescimento das minhas filhas”, finaliza.

Água Doce Sabores do Brasil

Diretora regional de uma empresa varejista, Sueli Souza, de 52 anos, não tinha pretensão de administrar um negócio próprio. Ao conhecer a atual sócia, Angela Esteves, em um curso de MBA na cidade de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, descobriu sobre a marca Água Doce Sabores do Brasil e sua culinária. Com a amizade fluindo, Angela a convidou para investir em uma operação da rede de franquias. No começo, segundo Sueli, o objetivo era só ter um investimento e independência financeira, aliando o negócio ao trabalho CLT. Foi então que as duas abriram a Água Doce de Jaú, também no estado paulista, em 2010. Em um golpe do destino, e empreendedora precisava de uma ajuda no restaurante e recorreu à Sueli, que prestou o apoio durante o funcionamento da casa. A partir deste dia, a empresária não saiu mais de dentro da operação. Pediu demissão da empresa varejista em que atuava e decidiu se dedicar 100% ao negócio, que após seis meses de sua dedicação, teve crescimento positivo, chamando atenção da franqueadora, que sugeriu a abertura do segundo restaurante, localizado em Limeira. Em 2016, as duas inauguravam a unidade, sendo uma das poucas dentro da rede a ter mais de uma operação. “Nunca pensei que iria viver para o meu negócio. No início, a intenção era ter um investimento para conquistar a independência financeira que buscava. Hoje, não me vejo sem a Água Doce, que me proporcionou o que eu almejava e me deu um propósito de vida, tanto pessoal quanto profissional”, finaliza a franqueada.

Calçados Bibi

Franqueada da Calçados Bibi desde 2010, Daniella Maia Tavares, de 41 anos, decidiu empreender com o apoio do marido, que também é empresário do setor calçadista em Maceió, Alagoas. Após a chegada da segunda filha, Daniella optou pelo empreendedorismo para conseguir aliar as demandas como mãe e profissional. Do setor comercial de uma emissora de TV da cidade para dona do seu próprio negócio, a empresária ampliou a oferta de calçados infantis de qualidade na capital alagoana em 2016, com a abertura da segunda loja Bibi na região. Com essa inauguração, Daniella inovou dentro da rede, com a primeira operação em um ponto de rua, localizada na praia de Ponta Verde, sendo modelo para a franquia por muitos anos. Atualmente franqueada de outra marca calçadista, a empresária deu um passo dentro da maior rede de calçados infantis do Brasil, com a implantação de mais uma unidade em Maceió. Aberta em dezembro de 2023, a operação chegou para suprir a demanda dos moradores locais por um estabelecimento exclusivo com produtos fisiológicos, que tem como objetivo proporcionar às crianças um desenvolvimento natural e saudável.

Casa do Construtor

A sansei – como são chamados os netos dos japoneses que emigram para outros países – Renata Cristina Yabuki, que mais tarde, viria se tornar a senhora Yonamine, esposa de Javier Yonamine, foi buscar sua independência financeira do outro lado do mundo. Moradora de Rio Claro, cidade onde nasceu a Casa do Construtor, ela permaneceu na “terra do sol nascente” por 22 anos, entre idas e vindas para o Brasil. Ali, conheceu seu marido, argentino e também descendente. Ao se firmar definitivamente no Brasil, foi chamada para trabalhar na Casa do Construtor, onde teve uma ascensão surpreendente. “Comecei como atendente, no balcão e, em seis meses, já tinha o cargo de supervisora de loja”.
 

Nesta posição, permaneceu por quatro anos e teve a oportunidade de conhecer a fundo o funcionamento da empresa, observar sua solidez e a satisfação de outros franqueados com o negócio. Neste meio tempo, o marido continuava no Japão e, por conta da instabilidade econômica daquele país, tomaram a decisão de abrir uma unidade da Casa do Construtor, já que sonhavam em abrir um negócio próprio. Além do que ouvia dos franqueados, ela recebeu outros estímulos de peso. “O senhor Expedito e a Mariana, filha dele, me deram total apoio para que eu deixasse de ser funcionária e me tornasse empreendedora. Queríamos algo no qual pudéssemos aplicar as economias de uma vida e tínhamos que fazer dar certo”. A cidade escolhida foi Itumbiara (GO) e a unidade foi aberta em 2013.

Divino Fogão

Na rede há seis anos, Tatiana de Oliveira Alexandrowitsch, de 46 anos, já tinha uma proximidade com o Divino Fogão devido à sua família. A mãe, Maria Rita de Cássia da Paixão, faz parte da marca há 23 anos, se tornando franqueada há 11 anos, e a irmã, Tabata Paixão Oliveira Fontes, também atua como proprietária de uma operação da franquia há, aproximadamente, 12 anos. Ambas as operações estão localizadas em São Paulo. Após passar por um momento delicado em sua vida, Oliveira teve uma virada de chave e enxergou que precisava ter uma realização em sua jornada profissional. Foi desta forma que surgiu a vontade e a oportunidade de investir no próprio negócio e ingressar como franqueada no Divino Fogão. Atualmente, a empresária administra três restaurantes da rede, localizados no estado paulista. “Acredito que sendo mulher, consigo ter mais cuidado, atenção aos detalhes e no tato com os funcionários. Muitas vezes, nossa intuição nos ajuda no direcionamento do negócio. Hoje, a maioria dos colaboradores são do gênero feminino e percebo que as mulheres estão mais ativas no mercado de trabalho”, diz. A empresária conta que o sucesso da sua empreitada e também o da sua irmã foi graças à sua mãe, que batalhou sozinha para criar as filhas. “Minha mãe é um exemplo para nós. Com ela aprendemos muitos valores que levamos para dentro do nosso negócio. Tenho certeza de que todo o êxito que conquistamos é devido à nossa criação e a inspiração que tivemos dentro de casa”, conclui.

Milon

Nayara Gomes Ferreira, de 38 anos, é fisioterapeuta e franqueada da Milon do ParkShopping em Brasília, no Distrito Federal, e do Campinas Iguatemi, no interior de São Paulo. Ela conta que atuou durante dez anos na área de formação e iniciou a trajetória empreendedora no ano de 2019, com uma franquia de beachwear. Em 2021, iniciou sua parceria com a Milon, marca que sempre consumiu para vestir os filhos. Nayara sempre se identificou com o mundo infantil e percebeu na Milon uma oportunidade de trazer produtos específicos para a sua região de moradia. Segundo a empresária, nem tudo é fácil para as mulheres empreendedoras. “Infelizmente encontrei várias barreiras durante minha trajetória. Passei seis meses para o estabelecimento comprar a minha ideia de levar uma marca de beachwear para um estado que não tem praia. Desde então, tenho que provar como posso fazer a diferença no mundo empresarial. Um conselho que dou para as mães e mulheres que gostariam de ser empreendedoras é que escute seu coração, seja forte e saiba que as dificuldades fazem parte do processo, porém não desista e sempre faça acontecer”, comenta Nayara.

Mr. Cheney

A empresária Bruna Vasques Pereira, de 30 anos, graduada em Administração e natural de São Paulo, cresceu acompanhando o sucesso empreendedor de seu pai, Oswaldo Pereira Júnior, de cinquenta e sete anos, que sempre teve negócios em lanchonetes universitárias. Inspirada por essa trajetória familiar, Bruna identificou uma oportunidade de negócio na área de franquias. No ano passado, ela abriu sua primeira franquia em parceria com seu pai, na Universidade Insper, e está indo muito bem.

O sucesso foi tanto que a empresária abriu uma segunda unidade da marca, desta vez um quiosque na Universidade Presbiteriana Mackenzie. “Minha expectativa é alta para essa nova loja, que possui um grande número de alunos e um grande potencial. Acredito que será um empreendimento de sucesso. É um público que conhecemos bem, com o qual estamos acostumados a trabalhar diariamente, e acreditamos que podemos entregar um bom trabalho para as universidades. Onde virmos potencial, tentaremos entrar”, finaliza.

Royal Face

Na rede há cinco anos, Vanessa Fernandes Melo de Oliveira, de 41 anos, trabalhou por seis anos na parte administrativa de um hospital em São Paulo, até que se casou e engravidou, e optou por cuidar de seu filho. Após doze anos fora do mercado, Vanessa decidiu que gostaria de voltar a trabalhar no setor de saúde. Seu marido que era empresário deu todo apoio para que ela pudesse focar totalmente na área de saúde. Na época o marido de Vanessa recebeu uma proposta desafiadora para que ele e sua esposa fossem até Curitiba encontrar Andressa Fusaro que estava abrindo uma franquia de estética. Vanessa que sempre gostou de desafios, aceitou, foi a procura de fornecedores e abriu uma unidade piloto em São Paulo, e assim começou sua jornada como primeira franqueada da Royal Face. “Nós montamos a nossa primeira unidade em São Paulo, na Vila Carrão. Foi um desafio enorme, imenso, porque ninguém conhecia a marca, ninguém sabia o que era Royal Face, e já existiam alguns concorrentes, e eu tive que fazer todo o trabalho de divulgação para que a marca fosse conhecida no mercado” diz. A empresária conta que o sucesso da sua empreitada se deu a todo seu conhecimento administrativo, e de marketing, com muito trabalho e esforço, durante a pandemia se reinventaram e passaram a vender online. “Na pandemia, entrei em contato com a franquia para informar a eles que íamos começar a vender online, e nós começamos. E foi onde teve esse boom no mercado, e a Royal Face se tornou um sucesso, e até hoje temos a primeira unidade aberta”, conclui.

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