Entenda as diferenças entre as fomes física e emocional

Especialista comenta que são conceitos distintos e influenciam o comportamento alimentar de maneiras diferentes

Foto: Divulgação

A médica Ana Gabriela de Magalhães (CRM-MG 69.456 e RQE 56.186 e 56.588), nutróloga, explica que a fome física é um estado fisiológico resultante da necessidade biológica de nutrientes e energia. Ela é desencadeada por sinais fisiológicos (queda nos níveis de glicose no sangue) e geralmente acompanhada por sinais físicos (ronco do estômago). Esse tipo de fome é uma resposta natural do corpo à necessidade de reabastecimento energético.

A médica Ana Gabriela de Magalhães

Já a fome emocional não está relacionada a uma necessidade fisiológica de nutrientes, mas, sim, a estados emocionais. Ela ocorre quando o ato de comer é usado para lidar com emoções (estresse, tristeza ou tédio). Estudos indicam que a fome emocional pode ser influenciada por fatores psicológicos, como a ansiedade de apego, onde indivíduos podem interpretar erroneamente sinais emocionais como fome. “Além disso, a fome emocional pode ser exacerbada em contextos de humor negativo, levando a comportamentos de compulsão alimentar e, geralmente, específica por alimentos calóricos ou de conforto, como doces ou ultraprocessados”, esclarece.

No entanto, a especialista pontua que é importante observar o momento e o tipo de sensação que leva ao desejo de comer. A fome física costuma surgir com o passar do tempo, sendo mais neutra em relação aos tipos de alimentos. Contudo, a fome emocional aparece subitamente, é acompanhada de emoções, como ansiedade, tristeza ou tédio e, muitas vezes, envolve uma busca por alimentos específicos e palatáveis, com sensação de culpa logo após consumi-los.

A médica aponta que a fome emocional é um perigo para a obesidade, especialmente quando é recorrente e leva ao consumo frequente de alimentos ultraprocessados e hipercalóricos, que podem contribuir para o ganho de peso e aumento desse risco. Segundo ela, a fome emocional pode dificultar a manutenção de um padrão alimentar equilibrado e saudável.

A fome emocional e a relação conflituosa das pessoas com a comida
Ana Gabriela ressalta que várias vezes a fome emocional reflete um desequilíbrio na relação com a comida, pois os alimentos deixam de cumprir apenas seu papel nutricional e são usados como mecanismo de fuga ou compensação para lidar com as emoções. Isso pode gerar um círculo vicioso, aumentando a culpa e a insatisfação.

Tratamento
Conforme a médica, o tratamento envolve um trabalho multidisciplinar, que pode incluir acompanhamento médico e psicológico para identificar e gerenciar as causas emocionais subjacentes. Ana Gabriela destaca que é interessante também a prática de comer consciente (mindful eating), não dispersando com eletrônicos durante a refeição, mastigando os alimentos com calma, praticando exercícios físicos para reduzir o estresse, melhorar o bem-estar, além de adotar estratégias para desenvolver uma relação saudável com a comida. “O planejamento alimentar e a prática de atividades que tragam prazer e relaxamento são fundamentais para o manejo da fome emocional”, finaliza.

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