A doença pode se manifestar na infância e adolescência, no entanto, esses períodos de hipomania e depressão devem estar presentes por pelo menos um ano
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Segundo a psiquiatra Amanda Cavalcante (CRM-RJ 8807 e RQE 4670), a transição abrupta entre os polos é uma característica comum do transtorno afetivo bipolar de forma geral, não apenas da ciclotimia. A diferença para os outros tipos de transtorno afetivo bipolar é que, além de ter uma flutuação rápida, o período de estabilidade do humor é menor (não ultrapassando dois meses). “O quadro depressivo é mais leve do que a depressão bipolar, não preenchendo os critérios para um transtorno depressivo maior ou episódio de mania”, esclarece.
A médica diz que os sintomas característicos da doença incluem a presença de hipomania e depressão por pelo menos dois anos — devem estar presentes em pelo menos metade desse tempo. Além disso, não há mais de dois meses sem sintomas.
Tratamento
Conforme a especialista, o tratamento medicamentoso da ciclotimia é feito principalmente com estabilizadores de humor. Entretanto, ela lembra ser primordial que o paciente faça psicoterapia para lidar melhor com os sintomas e também para identificar as mudanças de humor. “É importante, ainda, a psicoeducação da família para ajudar os pacientes que não conseguem perceber as alterações da doença”, alerta.
A ciclotimia pode ser confundida com outros transtornos
De acordo com a psiquiatra, a ciclotimia pode ser confundida tanto com outros transtornos psíquicos, como, por exemplo, o transtorno afetivo bipolar com ciclagem rápida (apresentam quatro ou mais episódios distintos de humor, independente do polo, seja depressivo ou eufórico) em 12 meses, e o transtorno de personalidade borderline — nesse caso há instabilidade de relações interpessoais mais marcada, além de períodos de euforia e bom funcionamento são mais raros.
Dra. Amanda Cavalcante – Foto divulgação
A médica também ressalta que a ciclotimia pode ser confundida com doenças neurológicas, como a demência frontotemporal — a desinibição pode ser confundida com a euforia (é preciso exame de neuroimagem). Ademais, a especialista aponta outras doenças, como hipertireoidismo, na qual a dosagem de hormônio tireoidiano é necessária, e a doença de Cushing, onde é fundamental a dosagem de ACTH e cortisol.