Associadas simbolicamente à luz, ao renascimento, à proteção e à esperança, as estrelas estão conectadas às noites de Festas Juninas, tradição brasileira que tem as suas origens na Europa, como festa pagã, vinculada a comemorar a fertilidade da terra e as boas colheitas, sendo celebrada no verão, em 24 de junho.
Posteriormente, a Igreja Católica passou a homenagear nessa data São João Batista, aquele que batizava as pessoas, preparando-as para a renovação da vida com a chegada de Jesus. Surgiram assim as celebrações de junho, que incluem ainda Santo Antonio, padroeiro dos casamentos dia 13; e São Pedro, dia 29, guardião do Céu.
Esse universo é enfocado pelo Coletivo Mulheres da Arte Naïf PB (CMANA – PB). Ana Lima pinta o forro pé da serra, enquanto Analice Uchôa traz o casamento e a tradicional quadrilha. As cores quentes das aristas também estão nas bandeiras dos três santos de Célia Gondim e na alegria da festa no sítio criada por Laucilene Rocha.
A representação de um casal das tradicionais quadrilhas é tema de Letícia Lucena, enquanto Lu Maia homenageia ícones como Jackson do Pandeiro, Luiz Gonzaga e Marinês em um clima de amor entre todos os gêneros, sem barreiras ou preconceitos. Genival Lacerda não podia faltar – e Patrícia Lucena o relaciona com uma estrela.
Já Maria da Pazz traz noites brasileiras plenas de bandeirinhas e fogueira, enquanto Val Margarida traz os casais dançando. Dessa forma, unindo as pinturas individuais com a obra coletiva do Trem do Forró de Campina Grande, as nove integrantes do grupo criam uma estelar viagem pela alma das Festas Juninas.
Oscar D’Ambrosio
@oscardambrosioinsta
Pós-Doutor e Doutor em Educação, Arte e História da Cultura, Mestre em Artes Visuais, jornalista, crítico de arte e curador.