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Por Maria Teresa Cruz
Doria está atrasado. Com fama de pontual – que se comprova no dia a dia, já que sempre chega e começa as reuniões antes do previsto – o prefeito de São Paulo, João Doria, tem procurado atender muitas demandas. São despachos da prefeitura, reunião com secretários, colaboradores da administração e até entrevistas para falar sobre a cidade e avaliar a gestão, que está prestes a terminar o primeiro ano, e, claro, bombar as redes sociais. Apesar de existir uma equipe que cuida especialmente disso, Doria admite que faz postagens da cabeça dele, sem pedir opinião de quem contratou.
Além de tudo isso, tem que sobrar tempo para a campanha presidencial do ano que vem, que, embora continue negando oficialmente ser candidato, tem feito movimentos que evidenciam esse plano. O principal são as inúmeras viagens, que, inclusive, são objeto de investigação no Ministério Público. “Até posso declinar, mas no ano que vem”, disse em algum momento da entrevista.
Na sala onde concederá a entrevista, a número 3 do gabinete, um quadro de Romero Britto estiliza a Ponte Estaiada, à esquerda da porta de entrada. Recortes de jornais enquadrados ocupam parte de uma prateleira: um da Folha de S.Paulo, na eleição do ano passado, e outro uma reportagem da Revista Veja que traz no título “O anti-lula”. Curiosamente, Doria não falou nem de Lula nem do PT nesta entrevista. Em uma estante, duas fotografias, uma ao lado da outra, retratam dois nascimentos: à esquerda, ele ainda bebê ladeado pelos pais. À direita, quando nascia como prefeito, a primeira vez que está na política em cargo eletivo, já que tinha se aventurado anteriormente a cargos de indicação apenas.
“Não me chame de senhor, não precisa dessa formalidade”, diz o prefeito após ter irrompido a sala onde a reportagem o aguardava a 18 minutos – cronometrados – e dado um caloroso abraço em todos. Caloroso, aliás, é um dos adjetivos usados por pares ao falar do comportamento público do prefeito. É caracterizado como extremamente gentil e até bem humorado. Por outro lado, pessoas que já trabalharam ou que ainda trabalham com ele, afirmam existir um lado que, no início, Doria talvez tenha ocultado, mas que nos últimos meses tem aparecido com força. Vaidoso, centralizador, impaciente e, por vezes, com mania de grandeza. Essa última característica aliás, para alguns políticos da base, explicaria o desejo de ele, antes mesmo de terminar o mandato do primeiro cargo eletivo que venceu, já querer se lançar à presidência. Também não pegou bem o vídeo que gravou recentemente mandando o “bom recado” ao vice-presidente nacional do PSDB, Alberto Goldman, que foi definido por alguns pares como um “ato intempestivo”.
A ex-secretária de assistência social, vereadora Soninha Francine, que compôs a primeira formação do secretariado da gestão, confirma a sensível mudança. “Nos primeiros meses, contando novembro e dezembro do ano passado, ele mudou de opinião várias vezes depois de ouvir os Secretários, acatou várias de nossas sugestões e refez planos e anúncios. A partir de fevereiro, ficou mais impaciente e resistente”, disse Soninha. “Ele precisaria perder a impaciência negativa dos últimos tempos, a pressa que não leva em consideração a complexidade das coisas, a descrença na palavra de quem ele mesmo definiu como sendo de sua confiança”, afirmou a ex-secretária quando questionada se ele seria um bom presidente (confira entrevista completa).
Recentemente, ao fazer o anúncio da farinata, foi justamente criticado por uma suposta pressa e falta de planejamento. Um integrante da legenda chegou a dizer que Doria “é bem intencionado, mas fora da realidade e toma as decisões baseado no feeling de empresário, de marketeiro, sem ouvir ninguém”.
Em entrevista ao Yahoo, no gabinete do prefeito no último dia 25, o tucano compensou o atraso e mostrou ser maleável ao ficar 15 minutos a mais do combinado. Quebrou protocolo ligando para o secretário de saúde ao ser questionado sobre falha na “menina dos olhos” da gestão, o Corujão, avalia que a gestão vai bem, o problema é a falta de dinheiro, criticou o Movimento Brasil Livre (MBL) – que é apoiador dele -, esqueceu de algumas coisas que declarou ou fez e procurou dirimir qualquer dúvida sobre a possível relação estremecida entre ele e o padrinho político, governador Geraldo Alckmin. “Nos encontramos semanalmente”, disse, na tentativa de demonstrar o que os adolescentes nas redes sociais chamariam de BFF. Contudo, hesitou ao ser questionado sobre para quem votará para presidente no ano que vem: “Vamos aguardar o ano que vem”.
O senhor é da área empresarial, bastante pragmático, objetivo. Então, me diga uma coisa: de 0 a 10, que nota o senhor daria para a sua gestão até agora?
Olha, acho que é melhor esperar um pouco mais. Ainda é cedo para falar, para avaliar as coisas desse jeito.
Mas das áreas da cidade, qual delas o senhor bate no peito e se orgulha: “aqui eu consegui fazer um trabalho de excelência”? Por que?
Na saúde. Nós criamos o Corujão para zerar a fila de exames. Fizemos mais de 476 mil exames e zeramos a fila, o atendimento é de excelência, não demora mais de 60 dias para realizar os exames diagnósticos de imagem. E agora começamos mais recentemente o Corujão Cirurgia, que vai funcionar nos mesmos moldes do voltado para exames. Também destaco o “Doutor Saúde”, um programa preventivo com 13 carretas que atuam de segunda a sábado na periferia de São Paulo, fazendo exames preventivos para a população. Então hoje nós temos uma operação na saúde que é um modelo. Pode melhorar, deve melhorar, mas já é uma referência.
Mas prefeito, eu fui tentar no último dia 16 de outubro agendar exames da área ginecológica na UBS da Barra Funda, depois de passar por consulta médica, e a resposta pra mim foi para que eu deixasse meu número de celular lá, porque não tinha previsão nem de abertura de agendamento…isso já faz um mês
É exame de imagem? Não, né?
Sim. Ultrassom…
É. Isso está errado. Porque você deveria fazer no máximo em 60 dias.
Eles disseram que vão me ligar para agendar e não tem previsão de abertura de agendamento…
Isso não é correto. Não pode acontecer [se dirigindo à assessora] Ligue para o Pollara [Wilson Pollara, secretário da Saúde]. Quando você tem exames que não são de imagens, isso ainda, às vezes, pode ter uma demora maior porque tem exames que levam o dia inteiro para fazer. Mas exame de imagem o limite é 60 dias. Isso está errado. Se isso está acontecendo com você, deve estar acontecendo com outras pessoas.
Agora a mesma pergunta só que do aspecto contrário: qual a área da cidade que o senhor quando assumiu desejava uma mudança, até baseado no plano de metas, mas isso não se confirmou, ou seja, a área que o senhor acha que está vacilando?
Dinheiro. Tesouraria da prefeitura. Esse é o calcanhar de aquiles. Nós precisamos de dinheiro. Porque com 7,5 bilhões de déficit no orçamento da prefeitura esse é um problema agudo para quem precisa ter recursos para fazer política social. Nós, ao longo desses dez meses, exceto por recursos privados e algum do governo federal e também do estadual, não conseguimos ter recurso do orçamento para fazer políticas públicas na área de saúde, educação e habitação popular. Esse é o maior problema que, felizmente, tende a chegar ao fim no encerramento deste ano. No ano que vem, nós teremos um orçamento realista, não é um orçamento onde você estima uma receita, uma despesa e fura. Isso desestrutura uma prefeitura. Esse ano a gente só não se desestruturou, porque fizemos uma economia brutal. Um contingenciamento de 30% de todas as despesas. Mas no ano que vem a situação estará sob controle. E tem um fator bom também: a arrecadação começou a melhorar.
Na visão do senhor a questão da propriedade privada deve se sobrepor a questão da função social da habitação? Por exemplo, na Ocupação Mauá, em que os proprietários nem aqui no Brasil moram, são devedores da prefeitura e existe uma necessidade real. Como equacionar esses conceitos tão distintos?
Não deve haver privilégios. Ao contrário. Você tem que ter o estímulo na construção civil da cidade, sobretudo de empreendimentos comerciais e residenciais, onde você possa extrair esses investimentos recursos para os programas sociais. A cidade tem o maior déficit habitacional do país, que é proporcional ao tamanho da cidade. São 12 milhões de habitantes, sendo 2,6 milhões vivendo na ruas ou de aluguel ou de favor, sem casa própria, não têm sequer o certificado do terreno. A cidade precisa evoluir mais rapidamente nessa área com recurso federal, que deve investir nessa área em São Paulo. O atual ministro [das cidades] Bruno Araújo tem se mostrado atento a isso, mas temos que evoluir com mais velocidade e utilizar recursos de CEPACs e programas onde você cria incentivos para construção em áreas mais nobres, mas em contrapartida exige a construção social. O setor imobiliário, da construção civil, começou a sentir os primeiros sinais de melhora. Se isso se mantiver, a tendência é crescer os empreendimentos imobiliários e essa situação melhorar.
Nós fizemos 5 mil títulos de regularização fundiária nesse último final de semana. São áreas mais periféricas, mais antigas que viviam sem a regularização fundiária. Esse documento traz tranquilidade para essas famílias, depois traz cidadania. Para fazer uma empréstimo, comprar nas Casas Bahia, enfim, ela vai ter uma existência. Você, por exemplo, ir comprar fazer um crediário nas Casas Bahia, no Ponto Frio. Qual a garantia que você tem? Nenhuma. Quais as chances de ela conseguir ter um crediário aberto? Mínimas. A regularização fundiária dá a garantia para ela poder comprar uma geladeira, um fogão novo, enfim.
[Interrompe a entrevista para falar com o secretário da Saúde, Wilson Pollara. Explica a situação colocada no início da entrevista. Falam por alguns minutos. Aconselha o secretário, dizendo que seria prudente que a pessoa, ao dar a informação ao paciente, dissesse “olha, fique tranquila que no máximo em 60 dias você realizará o exame”, diz. O secretário contesta alguma coisa, Doria se mantém irredutível “A impressão que passou quando a pessoa desligou é: ‘olha, só Deus sabe quando vou receber a ligação’. É uma orientação que vai facilitar. E vai evitar uma guerra de nervos”].
Queria também falar do Parque Minhocão. A antiga gestão sancionou a lei do parque, mas deixou por regulamentar. A situação do Minhocão é lamentável, está tendo assalto direto, também pelo processo de desertificação. Qual o entendimento que o senhor tem sobre o caso? O senhor é favorável a ceder a pressão do Conseg, bastante influenciado pelo lobby de algumas construtoras que atuam na região, para derrubar a estrutura toda e entregar ao mercado imobiliário ou melhor regulamentar o parque, colocar segurança?
Nós vamos fazer o Minhocão Verde. Nós não vamos derrubar o Minhocão, porque você tem que reorientar toda a rede viária dessa região. Não é viável fazer isso por falta de recursos. O ideal é fazer uma situação de passagem. A primeira etapa será transformar o Minhocão em um Minhocão Verde. Terá uma estrutura na parte inferior e superior, que irá humanizar, vai permitir que ele, do ponto de vista estético, de frequência de pessoas, tanto no automóvel quanto as que vivem no entorno do minhocão tenham uma relação melhor com essa intervenção. Na parte inferior, melhorar a segurança e ter um acolhimento das pessoas em situação de rua. E vamos terminar as empenas em 7 prédios.
Qual o prazo?
Provavelmente no primeiro semestre do ano que vem. E o outro aspecto também é manter o Minhocão fechado nos finais de semana para usufruto das pessoas, para prática de esportes, de atividades de música.
Queria falar do MAM, prefeito. O senhor disse que houve ali um ato libidinoso, que houve um exagero. O senhor acha que há limites para a arte? Quais são eles?
Há necessidade de você obedecer os próprios códigos que a lei estabelece e o código da Criança e do Adolescente. Você não pode ter um espaço não sinalizado e não monitorado, quando você tem uma pessoa nua. Isso não é razoável. Você não pode ter um espaço quando a pessoa, ainda que na expressão da arte esteja nua, e não haja um monitoramento para que pais possam ser orientados do tipo, ter alguém que pare e fale: “Esse ambiente, o próximo ambiente, há uma pessoa nua. Você está consciente disso, já que está acompanhado do seu filho?”. Não basta ter uma plaquinha. As pessoas não lêem, não sabem. Então ali, o que acabou havendo é que uma mãe ou por desaviso, ou por distração, ou pelos dois, entrou e ainda, a mão do seu filho, ou não deixou… ao invés de ficar com a mão… permitiu que o seu filho chegasse até aquela pessoa [a versão é incorreta. A mãe estava por vontade própria na exposição com o filho. O MBL captou as imagens da rede social de uma revista de teatro e criou a versão fantasiosa]. Não é defender censura, estabelecer censura. É estabelecer limites.
Mas o MBL (Movimento Brasil Livre) fez uso justamente dessa imagem para criar esse discurso e disseminar ódio nas redes, inclusive incitar a perseguição a algumas pessoas…
Isso não é bom…
E qual a visão do senhor sobre isso?
Qualquer discurso de ódio, ainda que você possa ter todas as razões do mundo, não se justifica. O ódio não constrói. O confronto não estabelece nenhum tipo de vantagem, nenhum tipo de benefício, não é saudável. Você deve trabalhar pela orientação, pela informação, pelo direito da pessoa. Mas não com ódio, nem com violência, nem condutas extremadas.
Falando nisso, recentemente o senhor se envolveu em polêmicas com jornalistas. Criticou a repórter da CBN (Camila Olivo), o Artur Rodrigues, da Folha de S. Paulo e o Pedro Duran, também da CBN. Por que o senhor dirigiu a crítica aos profissionais e não aos veículos? O senhor anda se sentindo injustiçado?
Eu não fiz críticas individualmente a nenhum deles. Se você até assistiu, a Fabiola Cidral eu fui ao programa e fiz a entrevista com ela. Eu tive firmeza, mas não alterei o tom de voz e não estabeleci nenhum tipo de conflito com ela, mas respondi o que precisava ser respondido. Teve a repórter da CBN que alegou que viu as mangueiras da prefeitura molhando os moradores de rua. A manchete que ela deu foi: “Moradores de rua são acordados com jatos de água gelada na madrugada”. Nós fomos verificar, a empresa alegou que isso não tinha sido feito, que eles fazem a limpeza há mais de 4 anos nessa área, que não utilizam água gelada, que não jogaram água nas pessoas. Nós fomos verificar as imagens e nenhuma indicava situação semelhante a essa, exceto por um aspecto, que eu recomendei inclusive que tivessem mais cuidado, molharam alguns cobertores. Porque essas pessoas de rua se movem e deixam seus cobertores, se esquecem, ou infelizmente estão sob efeito de álcool e largam seus cobertores. E aí eu fiz a crítica. Disse que não era verdade, porque se fosse verdade, qualquer repórter que usa isso daqui [aponta para o celular] para falar, usa isso aqui para fotografar ou filmar. Não faz o menor sentido, numa gravidade de um fato como esse seria, em que você tem pessoas pobres, humildes, residindo em calçadas, sendo acordadas com jatos d’águas e você como repórter não fotografar ou não filmar. É inaceitável alguém ser chamada de repórter e não ter esta informação. E apenas afirmar em áudio que houve o fato. Então mostre as imagens se foi grave. Aí a CBN disse: “Não houve tempo”. Como não houve tempo? Houve tempo para ela reportar a matéria, dizer que era 7h30 da manhã, que a equipe de limpeza da prefeitura, terceirizada da prefeitura, jogou água nas pessoas em uma manhã fria e ela não teve 30 segundos para fazer a imagem?
Então o senhor está dizendo que ela agiu de má fé?
Ou má fé ou um erro tão grave que, sustentado, passou a ser má fé. Eles deveriam ter dito “erramos”. Isso me incomodou profundamente e aí eu entrei em um embate com a CBN e questionei: “Vocês estão sustentando isso?” E eles disseram que estavam. E eu questionei se caberia a nós provar que não houve? Eles não tinham o registro em imagem, eles só tinham a palavra de uma repórter que teve tempo de gravar o áudio e não teve tempo de filmar estando presente? Que jornalismo é esse? Eu procurei o Ricardo Gandour, meu amigo. E ele, na defesa sintomática da repórter, não teve humildade e nem capacidade de reconhecer o fato não existiu. Não houve isso. Isso não é um bom jornalismo. Com os outros dois não houve nada.
E falando em se posicionar, queria saber das eleições do ano que vem. Eu sei que o senhor está mantendo a postura de dizer que é prefeito, mas existem alguns movimentos que indicam pretensões ao planalto. Acompanhamos também a sua rusga com o Goldman, indicando um desgaste com algumas alas do PSDB. E há pessoas de dentro do partido e analistas políticos chamando o senhor de traíra. O senhor tem medo de ficar com essa pecha, já que o Alckmin é o seu padrinho político e ele é o candidato natural? E o senhor sairia do PSDB, caso não houvesse prévia ou não houvesse clima, para poder se candidatar?
Primeiro, a relação com o Geraldo Alckmin é a melhor possível. Ele é meu amigo, nós temos uma amizade, nos falamos constantemente, nos frequentamos regularmente. Toda a semana eu o vejo, nos encontramos. Ontem mesmo estive com ele. A relação é ótima, não tem a menor chance de um afastamento e não faz o menor sentido pensar em uma hipótese dessa natureza. Muito menos de ter esse tipo de colocação [de ser traíra]. Segundo, eu não tenho nenhuma intenção de sair do PSDB. Faço parte do PSDB por opção, não foi por conveniência ou recebi convite. Eu me filiei.
Em 2001, né?
2001. Recebi vários convites de outros partidos quando decidi entrar em campanha. Quando decidi disputar as prévias do PSDB, muitos partidos vieram falar comigo: “olha, vem pra cá que aqui não tem prévia, você já tem a legenda e já vai disputar”. Eu disse que estava no PSDB e que iria disputar a prévia. Um ano de campanha, com todas as dificuldades, onde nós vencemos no primeiro turno e depois no segundo turno novamente. E mais recentemente, desde o quarto mês como prefeito, passei a receber convites para sair a presidência por outros partidos, e a minha posição foi agradecer e manter a base aliada com esses mesmos partidos. Hoje temos 16 partidos na Câmara, é uma base sólida, consistente, boa. Começamos com 13 hoje tem 16, 3 partidos a mais do que no início da nossa gestão. Sigo e vou prosseguir no PSDB.
E para quem o senhor vai votar para presidente?
Vamos avaliar a partir do ano que vem. [risos] Eu até posso declinar, mas no que vem.
Eu queria saber daquele livro que o senhor falou no início do ano, no discurso de posse, “As 48 leis do poder”, que seria o seu livro de cabeceira. De um ano para cá mudou isso ou ele continua sendo seu livro de cabeceira?
Não lembro mais desse livro de cabeceira. Estou lendo agora um livro tão bem humorado do Ricardo Amaral.
Qual é?
Não lembro o nome. É um livro que ele conta histórias do Rio, bem frugal, bem saboroso, mas não tem filosofia, não tem conceitos. Tem histórias mundanas do Rio, bem divertidas, eu residi no Rio e gosto muito das histórias que o Ricardo vai contando.
Porque na época teve até uma polêmica em cima de alguns trechos do livro que diziam coisas como “Chame a atenção a qualquer preço” e “Deslumbrados com as aparências, ninguém notará o que você realmente está fazendo”. E aí eu ia querer saber sobre esses conselhos, se o senhor seguiu…
Não me lembro realmente desse livro. O do Ricardo foi o último. Me deu quando eu estive no Rio de Janeiro, eu já tinha lido o livro da história do Zozimo e aí eu peguei esse livro. O Ricardo tem uma narrativa divertida, ele é engraçado. “A cara do Rio” é o nome do livro.
E o senhor vai continuar com as viagens?
Sim.