Em 2017, a ONU proclamou que a década do Oceano fosse implementada de 2021 a 2030. O objetivo é atuar a favor da saúde oceânica dentro de um contexto de desenvolvimento sustentável, fomentando a pesquisa científica e as inovações tecnológicas voltadas para a limpeza, segurança e sustentabilidade do Oceano.
Esta exposição celebra a data alertando contra a contínua poluição e exploração das águas e dos seus recursos. As obras reaproveitam e reutilizam diversos materiais e lidam com as potencialidades da arte têxtil. Acima de tudo, atuam na dimensão do feminino e do inconsciente.
O mar, predominantemente em tons azulados, surge por meio de divindades, tanto na parede, no chão ou sobre aramados. Os seres criados por Regina Helene guardam assim próprias lendas, mitologias e mistérios que provém simbolicamente de um oceânico universo que a humanidade ameaça destruir.
Há nas criações da artista a sensualidade de ondas e tonalidades inesperadas, aludindo a profundidades e plasticidades insondáveis e arquetípicas. A exposição, portanto, foi pensada como uma viagem psicológica que vai desde a superfície do visível às insondáveis e misteriosas dimensões do oceano interior de todos nós.
Oscar D’Ambrosio
@oscardambrosioinsta
Pós-Doutor e Doutor em Educação, Arte e História da Cultura, Mestre em Artes Visuais, jornalista, crítico de arte e curador.