A Fundação Padre Albino anunciou nesta segunda-feira, 26 de agosto, o início dos atendimentos do Serviço de Radioterapia, que somados aos demais serviços oferecidos à população – consultas, exames, cirurgias, internação e quimioterapia, fecha o ciclo de tratamento e compõe o Hospital de Câncer de Catanduva. A inauguração oficial deverá ocorrer em breve, provavelmente no dia 14 de setembro próximo, e depende única e exclusivamente da disponibilidade de uma agenda do governador João Dória, que está sendo negociada pelo secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi.
O presidente da Diretoria Administrativa da Fundação, Dr. José Carlos Rodrigues Amarante, informou que os atendimentos foram iniciados no dia 14 de agosto último, cinco anos e três meses após o início da construção da Radioterapia, em maio de 2013. Ele comentou que esse prazo foi até razoável, considerando a complexidade da obra e suas instalações, agravadas pelas dificuldades financeiras decorrentes em grande parte pela burocracia e os constantes atrasos nas liberações de verbas públicas.
Dr. Amarante disse que o objetivo só foi alcançado graças à inestimável colaboração da população de Catanduva e região, através de doações e participação nos eventos, a partir do lançamento da campanha “HCC, abrace essa causa”, em fevereiro de 2016, “sobretudo pela dedicação incondicional dos grupos de voluntários e voluntárias do “Ateliê Amor ao Próximo” e “Voluntários do Bem”, entre centenas de outros colaboradores e colaboradoras de Catanduva e região, que não mediram esforços para o sucesso absoluto da campanha”.
Agradeceu também a imprensa em geral e as mídias sociais de Catanduva, em especial o pool das rádios catanduvenses no evento “Rádio Abrace HCC”, que foram fundamentais para o sucesso da campanha, tanto na captação de recursos quanto na conscientização da população sobre a importância do projeto e da credibilidade da Fundação para dar continuidade a tamanho desafio.
De forma especial agradeceu aos parlamentares catanduvenses, o então deputado Geraldo Vinholi, o primeiro a apresentar emenda para a obra; Beth Sahão, que fez contatos em Brasília para liberação da verba para compra do acelerador linear; Marco Vinholi, que abriu várias portas em São Paulo para contatos com o governo para liberação de verbas, e Dr. Sinval Malheiros, que através de emendas liberou verba para aquisição de equipamentos. Amarante ressaltou que “sem a imprescindível ajuda deles seguramente não estaríamos comunicando o início dos trabalhos na Radioterapia, proporcionando conforto para os primeiros pacientes, que não mais precisarão deslocar-se grandes distâncias para se tratarem”. Lembrou também de agradecer outras autoridades que de uma forma ou de outra acreditaram no projeto, tais como o Dr. Wilson Pollara, o Dr. David Uip, respectivamente ex-subsecretário e ex-secretário estadual de Saúde, Cláudia Monteiro, então diretora da DRS de Rio Preto, e o ex-ministro Ricardo Barros, entre outros, que embora não citados, segundo Dr. Amarante, “também recebem os nossos respeitos e agradecimentos”.
Por fim, agradeceu o apoio incondicional do Conselho de Curadores, na pessoa do seu presidente, Dr. Antônio Hércules, e toda a Diretoria Administrativa, que esteve com ele mesmo nos momentos mais difíceis “desse importante projeto sonhado e realizado por todos os membros da Fundação Padre Albino que me antecederam”, a Deus e as bênçãos de Padre Albino, “que não nos abandonou um minuto sequer”.
Primando sempre pela transparência e pelo direto à informação da população, sobretudo dos usuários do sistema de saúde público, o superintendente da Fundação, Reginaldo Donizeti Lopes, informou o investimento feito no Serviço de Radioterapia, através das verbas públicas recebidas, os recursos captados e as despesas com o corpo clínico e pacientes, entre outros.
Para construção do prédio foram investidos R$ 7.224.930, dos quais R$ 6.290.847 de recurso estadual e R$ 934.083 captados em doações e eventos. Os recursos usados para aquisição do acelerador linear vieram do governo federal, R$ 2.452.731, e R$ 1.129.188, captados em doações e eventos, totalizando R$ 3.581.918. Para os acessórios do acelerador linear R$ 371.545 vieram do governo estadual e R$ 361.930 captados em doações e eventos, num total de R$ 733.475. O tomógrafo foi adquirido através de emenda parlamentar no valor de R$ 1.463.490 e o mobiliário e equipamentos de informática com recursos estaduais, R$ 541.161, e da captação, R$ 64.492, totalizando R$ 605.653. O investimento final no Serviço de Radioterapia foi de R$ 13.609.466, sendo R$ 7.203.553 do governo estadual, R$ 3.916.221 do governo federal e R$ 2.489.692 do setor de Captação de Recursos da Fundação.
Reginaldo Lopes também informou os recursos captados por meio de doações e eventos de fevereiro de 2016, quando foi lançada a campanha, até 31 de julho último, que chegaram a R$ 6.566.892. Com este valor a Fundação Padre Albino investiu R$ 934.083 no prédio da Radioterapia, R$ 1.555.610 em equipamentos, R$ 105.839 em equipamentos para o Laboratório de Patologia e registrou despesas de R$ 903.838 com campanhas e eventos, R$ 671.145 com empresa responsável pela logística para recebimento das doações através do telemarketing e R$ 34.192 em outras despesas. Portanto, o saldo em conta corrente é de R$ 2.362.186 que serão utilizados para pagamento dos tratamentos oncológicos que já estão sendo feitos e custeados pela Fundação, já que a Radioterapia ainda não foi habilitada pelo Ministério da Saúde e, portanto, não vai receber pelos atendimentos feitos pelo SUS.
O administrador do Hospital Emílio Carlos, Benedito Carlos Rodrigues, informou o valor total das despesas da Fundação Padre Albino para manutenção do HCC.
Atualmente, a instituição tem custo mensal de aproximadamente R$ 138.600,00 com médicos, físicos e radioterapeutas. De acordo com ele, ainda, os tratamentos de quimioterapia e cirurgias oncológicas realizadas pelo HCC excedem o valor repassado pelo SUS em aproximadamente R$ 204.640,00/mês, equivalente a 193 pacientes. “Somados a esses valores, a Fundação Padre Albino ainda cobre, com recursos próprios, as despesas com tratamentos paliativos, em torno de R$ 30.000,00/mês, com 43 pacientes, e R$ 35.951,67/mês, com 258 exames de diagnósticos no Laboratório de Patologia”, acrescentou.
No momento, o HCC tem sete pacientes em tratamento diário, sendo dois com câncer de mama; dois com câncer de cabeça e pescoço, um com câncer de pulmão, um com câncer no sistema nervoso central e um com câncer na região de coluna vertebral (paliativo). Benedito disse que oito pacientes estão em processo de simulação no Serviço de Tomografia Computadorizada e até dia 07 de setembro a Radioterapia terá em torno de 15 pacientes em tratamento diário. A previsão é que até o fim do mês de setembro 30 pacientes estejam realizando tratamento diário.
Diante desses números, Dr. Amarante frisou que a campanha de captação de recursos para o HCC não terá mais fim. “Como todos os demais hospitais especializados em oncologia e que atendem usuários do SUS haverá necessidade de campanhas regulares e constantes de captação de recursos para fazer frente ao custeio sempre crescente do serviço oferecido à população. A campanha não pertence mais à Fundação Padre Albino, mas a toda comunidade, a todos nós que de uma maneira ou de outra seremos beneficiados por mais esse serviço”, alertou.
Fonte: Assessoria/FPA