Horta comunitária na zona Sul de SP oferece alimentos orgânicos de forma acessível à população

Promover uma alimentação consciente e isenta de agrotóxicos beneficia a saúde individual, além de contribuir para a sustentabilidade ambiental e bem-estar da população. Sem dúvida, dar preferência aos alimentos orgânicos, sempre que possível, é uma maneira positiva de integrar esses dois aspectos ao dia a dia.
 

Conforme dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), um em cada quatro alimentos de origem vegetal no país apresenta resíduos de agrotóxicos, seja de substâncias proibidas por lei ou em níveis superiores aos permitidos.
 

“O Brasil é um dos países que mais utiliza agrotóxico no mundo. Alguns estudos correlacionam o alto consumo de alimentos com agrotóxicos com diversas doenças, como câncer, neurotoxicidade, alergias e desequilíbrio intestinal”, afirma Ana Carolina Leite de Morais, nutricionista da UBS Jardim Aracati, gerenciada pelo CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo.
 

Contudo, aos poucos, os brasileiros vivenciam a quebra de paradigma em relação à produção e consumo de alimentos para a população. De acordo com a pesquisa “Panorama do Consumo de Orgânicos no Brasil 2023”, realizada pela Organis, 360 em cada mil brasileiros declaram ser consumidores de produtos orgânicos, evidenciando um crescimento de 16% no consumo entre 2021 e 2023.
 

Esse aumento demonstra uma mudança progressiva nos hábitos alimentares, indicando maior conscientização sobre a importância de escolhas saudáveis e sustentáveis na hora de montar o prato.
 

Para a nutricionista, os alimentos orgânicos podem colaborar com maiores qualidades e quantidades nutricionais ao organismo, quando comparados aos não orgânicos. Mas, apesar disso, os seus preços, muitas vezes, são percebidos como mais elevados em comparação com os convencionais, o que pode ser um desafio para muitos consumidores.
 

“Para a sua produção, são necessários cuidados com o ambiente, procedência das sementes e mudas, além da ausência de agrotóxicos e pesticidas, o que pode encarecer o produto. No entanto, o hábito de consumir orgânicos pode ser incorporado de outra maneira, e as hortas comunitárias surgem como boas opções para o acesso a esses alimentos”, ressalta a profissional.
 

Na região do Jardim Aracati, na zona Sul de São Paulo, por exemplo, a população conta com uma horta gerenciada pela UBS em que ela atua, em parceria com o Instituto CEJAM e com apoio do Programa Ambientes Verdes e Saudáveis (PAVS) da prefeitura.
 

A partir dessa cooperação, os moradores dos arredores e pacientes da unidade auxiliam com o plantio, cuidado e cultivo de diferentes alimentos. Assim, a população tem acesso a hortaliças, temperos e legumes, que podem complementar suas alimentações.
 

“Toda quinta-feira, realizamos atividades na horta com os usuários. No final das atividades, colhemos o que está disponível e dividimos entre todos do grupo. Já os moradores ao redor também fazem a colheita conforme as suas necessidades”, explica Bruno Saito, gestor ambiental do PAVS.
 

No ambiente, são priorizados o uso de materiais sustentáveis e de biofertilizantes caseiros, substituindo, dessa forma, os agrotóxicos, além de um cultivo rotativo que visa uma maior produção para a população.
 

“Enfatizamos muito esse ponto com o grupo, reforçando a contraindicação de agrotóxicos e incentivando uma agricultura orgânica no espaço. Todo processo da horta cria uma dinâmica colaborativa, promovendo a partilha de produtos frescos e incentivando a autossuficiência alimentar da comunidade”, destaca Bruno.
 

Localizada na Avenida M’Boi Guaçu & Tv. Sebastiao, a horta tem sido uma das maneiras de fomentar qualidade de vida, alimentação saudável e promoção de sistemas agrícolas sustentáveis no bairro. O engajamento da comunidade na produção de alimentos orgânicos além de fortalecer os laços sociais, também contribui para a construção de uma consciência ambiental mais ampla.
 

Até o momento, o Instituto CEJAM conta com 68 hortas ativas e em produção, com apoio do PAVS. Com um enfoque comunitário, o Instituto é responsável por desenvolver ações de responsabilidade socioambiental nos municípios de atuação do CEJAM e destaca-se o circuito de hortas do Capão Redondo e a Horta ILPI, especialmente dedicado aos idosos. Ambas estão abertas ao público das regiões.
 

Sobre o CEJAM

O CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” é uma entidade filantrópica e sem fins lucrativos. Fundada em 1991, a Instituição atua em parceria com prefeituras locais, nas regiões onde atua, ou com o Governo do Estado, no gerenciamento de serviços e programas de saúde nos municípios de São Paulo, Rio de Janeiro, Mogi das Cruzes, Itu, Osasco, Campinas, Carapicuíba, Franco da Rocha, Guarulhos, Santos, São Roque, Francisco Morato, Ferraz de Vasconcelos, Pariquera-Açu e Itapevi.
 

Com a missão de ser instrumento transformador da vida das pessoas por meio de ações de promoção, prevenção e assistência à saúde, o CEJAM é considerado uma Instituição de excelência no apoio ao Sistema Único de Saúde (SUS). O seu nome é uma homenagem ao Dr. João Amorim, médico obstetra e um dos fundadores da Instituição.
 

No ano de 2024, a organização lança a campanha “366 Novos Dias de Cuidado, Amor e Esperança: Transformando Vidas e Construindo um Futuro Sustentável”, reforçando seu compromisso com o bem-estar social, a preservação do meio ambiente e os princípios de ESG (Ambiental, Social e Governança).
 

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