MP do Trabalho processa Havan, acusada de coagir funcionários a votar em Bolsonaro

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O empresário catarinense Luciano Hang (à dir.) e sua família visitam Jair Bolsonaro no hospital – Reprodução/Twitter
O Ministério Público do Trabalho em Santa Catarina (MPT-SC) entrou nesta terça-feira com uma ação judicial contra a rede de lojas Havan , após o dono da empresa, Luciano Hang , pedir que seus funcionários votem no candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL).

O órgão diz ter recebido 47 denúncias relatando que ele estaria induzindo trabalhadores a votarem como ele, sob pena de serem demitidos.

Em vídeo, Hang diz que se algum candidato “de esquerda” vencer a eleição, ele vai repensar o plano de crescimento da empresa e talvez fechar algumas lojas. “Você está preparado para sair da Havan?”, questiona.

“Tais atitudes intimidam, constrangem, coagem, admoestam e ameaçam os empregados da empresa ré quanto a suas escolhas políticas, em evidente prejuízo aos seus direitos fundamentais à intimidade, igualdade e liberdade política. E tem especial gravidade considerando a proximidade das eleições presidenciais no próximo domingo”, diz o MP. Hang nega que tenha coagido os funcionários.

Na mensagem aos funcionários, o empresário diz que fez uma pesquisa interna e constatou que 30% dos empregados votarão em branco ou nulo. E afirma: “Se você não for votar, anular seu voto e votar em branco e depois do dia 7 (de outubro, dia da eleição) ganha a esquerda, até eu vou jogar a toalha”.

O MPT pediu multa de R$ 1 milhão em caso de descumprimento da determinação de abstenção da pressão sobre funcionários. Caso não divulgue o conteúdo da eventual decisão judicial, o empresário estará sujeito a outra penalidade, de R$ 500 mil e R$ 10 mil por funcionário.

Hang afirmou que está em seu direito ao defender seu posicionamento.

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