A criação das esculturas de Sanagê é um diálogo com o espaço. Seja na horizontalidade ou na verticalidade, o artista trabalha com as relações entre as áreas cheias e as vazias no sentido de suscitar a busca de uma compreensão das interrogações que cercam a nossa caminhada existencial. Assim, cada movimento visual do artista aponta na direção de um mistério.
O maior de todos está exatamente na pesquisa que circunda o elemento essencial de seu processo, que está nos clips. Esses materiais de escritório, com suas múltiplas possibilidades de desdobramentos visuais, levam o artista carioca, radicado em Brasília, DF, a penetrar em um universo de dobraduras.
Os desdobramentos de um objeto apenas aparentemente simples surpreendem pelos resultados atingidos. As esculturas apontam para uma busca pela essência da arte e do próprio sentido da vida. Existe um movimento na direção de simplificar formas para dizer o máximo com o mínimo possível de recursos.
Há um fazer desafiador na exploração das potencialidades de um olhar não apenas da peça isolada, mas, principalmente, dela com o entorno, o que significa estudar sombras, proporções, cores e tamanhos. Cada obra de Sanagê, nesse sentido, é um portal que se abre para entender o que somos e, principalmente, o que podemos vir a ser.
Oscar D’Ambrosio
@oscardambrosioinsta
Pós-Doutor e Doutor em Educação, Arte e História da Cultura, Mestre em Artes Visuais, jornalista, crítico de arte e curador.
SERVIÇO
Inauguração Escultura Neoclipes (3 m de altura x 6 m de comprimento e 1,5 m de largura) Sanagê
Dia: 21 de outubro às 16h30 – Hotel Villa Rossa São Roque, SP