Artista dinamarquês que trabalha com grandes instalações em que utiliza luz, água, espelhos e temperatura do ar para gerar experiências sensoriais, Olafur Eliasson (1967), em “The Weather Project”, realizado, em 2003, no Turbine Hall, na Tate Gallery, em Londres, questiona conceitos de experiência coletiva, mediação de público e representação do chamado real.
A instalação apresenta uma névoa artificial que se dissipa no espaço perante uma gigante forma circular composta por centenas de lâmpadas de mono frequência, que emitem luz que permite visualizar somente o amarelo e o preto. É criada assim uma paisagem em que os frequentadores do espaço tinham a percepção mediada apenas por essas duas cores.
O ponto de partida da obra é a prevalência do clima no início das conversas cotidianas, algo já apontado pelo escritor do século XVIII Samuel Johnson. O sol e céu são trazidos para dentro do museu, que ainda oferecia a oportunidade de o público visitar a estrutura elétrica e as máquinas que viabilizavam a exposição, um complexo e fascinante projeto multidisciplinar.
Oscar D’Ambrosio
@oscardambrosioinsta
Pós-Doutor e Doutor em Educação, Arte e História da Cultura, Mestre em Artes Visuais, jornalista, crítico de arte e curador