Batatais é uma das 70 estâncias turísticas do Estado de São Paulo – o que significa que a prefeitura do município recebe, do Governo Estadual, recursos para a promoção do turismo local. Localizada no Noroeste paulista, Batatais é conhecida como a cidade dos belos lagos e tem na agricultura o principal motor de sua economia.
Com uma atividade econômica baseada nos frutos que o campo e a natureza oferecem, a preservação ambiental se coloca como crucial para a manutenção das belezas e das riquezas presentes em Batatais.
Nesta reportagem especial sobre as audiências públicas do Orçamento estadual para 2024, promovidas pela Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, a equipe de Jornalismo da Alesp viajou até a Região Metropolitana de Ribeirão Preto, para conhecer uma iniciativa que busca enraizar o cuidado com o meio ambiente na vida das próximas gerações.
Educação ambiental
Batatais é uma cidade repleta de belezas naturais e de clima propício para a agricultura. O município de 62.980 habitantes – de acordo com o último Censo do IBGE – é cercado pelo verde das áreas de preservação ambiental e das extensas plantações.
“O clima de Batatais é benéfico para o florescimento de diferentes espécies de mata e propício para a plantação de diversas culturas. A boa terra e a altitude do município colocam ele como um dos principais da região noroeste”, conta o engenheiro agrônomo Breno Alves.
Mas a relação entre esses diferentes verdes nem sempre é harmoniosa. Levando isso em consideração, o Programa Batatais Educação Ambiental (Batea) promove a formação da consciência ecológica, sustentabilidade ambiental e qualidade de vida para alunos e professores da rede municipal, estadual e particular do município.
O programa é mantido pela Fundação José Lazzarini, que também é responsável por outras ações educacionais no município. “A fundação tem mais de 20 anos de história e hoje desenvolve projetos na área da educação e da educação ambiental. No caso do Batea, promovemos um programa de educação ambiental e mantemos um viveiro de mudas voltado para reflorestamento”, explica a presidente da instituição, Raíssa Boldrim.
O Batea ocupa um espaço cedido pela Prefeitura de Batatais e atua como uma extensão das salas de aula do município, promovendo a experiência socioambiental e agroecológica na prática. “Trazemos a visão crítica do que é proteger o meio ambiente e de quanto é importante conservar, preservar e replantar”, afirma Raíssa.
Atualmente, cerca de 80 espécies de árvores nativas são cultivadas no viveiro da instituição, que conta com apenas seis funcionários fixos, dos 50 que a fundação possui, em sua sede.
Desafios
Como uma entidade do terceiro setor, o Batea sobrevive de recursos próprios vindos da Fundação José Lazzarini, doações e incentivos da prefeitura. Para a bióloga e educadora ambiental do programa, Natália Martins, a educação precisa ser priorizada. “A educação ambiental nunca é prioridade e ela é justamente a ferramenta que mobiliza a população e constrói diálogos a partir de saberes que as pessoas já têm”, afirma.
Umas das sugestões da bióloga para a promoção da educação ambiental é a criação de leis de incentivo para o setor. “As áreas da Cultura e do Esporte possuem muitas dessas leis, como a isenção do ICMS, e essa seria uma oportunidade muito boa para que outros programas conseguissem desenvolver essas ações urgentes”.
Já a presidente da Fundação José Lazzarini fala sobre a necessidade de recursos para a continuidade dos trabalhos desenvolvidos por entidades não governamentais. “Precisamos dar mais valor para as entidades sociais, porque desenvolvemos um trabalho magnífico e atuamos como uma extensão do Poder Público”, afirma.
Durante os próximos dois meses, os integrantes da Comissão de Finanças da Alesp percorrem 26 cidades do Estado de São Paulo para saber, da população, quais são as áreas dos municípios paulistas que mais precisam de recursos estaduais.