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No final da semana passada, foi divulgada a primeira imagem da versão para cinema de ‘Ghost in The Shell’, mangá criado por Masamune Shirow, que já virou anime e agora ganhará a tela grande, com estreia prevista para março de 2017.
Aparentemente simples, a foto do longa traz Scarlett Johansson (de cabelos pretos) num cenário de ficção científica, olhando pensativa para o horizonte. Ela faz a protagonista, Major Motoko Kusanagi, uma policial meio humana, meio ciborgue, que luta contra uma ameaça terrorista.
Não demorou muito para a internet ser tomada por mais uma polêmica no debate sobre a diversidade étnica no cinema. Muitos reclamaram da escalação de Scarlett, não particularmente pela atriz, mas pelo fato de ser um exemplo do chamado “whitewashing”: quando atores e atrizes brancos fazem personagens de origem africana ou asiática, por exemplo.
Mais tarde, Max Landis, o próprio roteirista e diretor do filme, se pronunciou sobre o assunto num vídeo em seu canal no youtube, com o sugestivo título: “Se você está bravo com ‘Ghost in The Shell’, não sabe como a indústria do cinema funciona”.
Durante os quase seis minutos de depoimento, Landis fala que apenas contando como uma atriz reconhecida mundialmente como Scarlett Johansson uma grande produção consegue dinheiro e apoio dos estúdios. Ele ainda lamenta a falta de astros deste porte entre os asiáticos. “Nem Lucy Liu nós temos mais”, diz ele, referindo-se à atriz de ‘As Panteras’, hoje com 47 anos.
Em paralelo, vieram à tona notícias de que, no caso de ‘Ghost in The Shell’, o tal “whitewashing” poderia ser pior: os estúdios supostamente chegaram a testar efeitos especiais para tornar as feições do rosto de Scarlett “mais asiáticas”. O fato foi negado depois, num comunicado da Paramount. Mas a polêmica está lançada. Se irá prejudicar a bilheteria, saberemos só ano que vem.