Projeto que remunera serviços ambientais recupera quase 1.000 hectares

Financiado com recursos do Fundo Global Meio Ambiente (GEF), implementado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o projeto Conexão Mata Atlântica cumpriu uma trajetória vitoriosa no Estado de SP. Em seis anos de atuação, entre outros indicadores positivos, estão em recuperação aproximadamente 1.000 hectares do bioma. Coordenada no estado pela Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) e Fundação Florestal (FF), a iniciativa firmou 960 contratos de Pagamento de Serviços Ambientais (PSA), apoio à certificação e a cadeias de valor sustentável, a partir de chamamentos públicos e contemplou 20 municípios dos vales do Ribeira e do Paraíba, além da Baixada Santista.
 

“Resultados como esse, alcançados por meio de mecanismos modernos e eficientes, nos estimulam a buscar soluções de sustentabilidade duradouras com a floresta em pé”, afirma a secretária Natália Resende. “Além da regeneração natural e o plantio em si, os produtores que aderiram ao chamamento público receberam incentivo para a adoção de práticas que resultaram no aumento da rentabilidade da atividade produtiva. Ganham eles e ganha o meio ambiente”, completa, lembrando que São Paulo adota o sistema de pagamento em outros projetos ambientais estaduais, como o Juçara, o das RPPNs e o Mar Sem Lixo.
 

No Conexão Mata Atlântica (cujo nome técnico é Projeto de Recuperação e Proteção dos Serviços do Clima e da Biodiversidade do Corredor Sudeste da Mata Atlântica Brasileira), os produtores inscritos foram acompanhados por equipes de assistência técnica e extensão rural do projeto (a iniciativa, federal, também foi implantada com os governos de Minas Gerais e Rio de Janeiro). “Isso ocorreu em todas as intervenções na propriedade, desde a definição das práticas ambientais viáveis até a execução do plano de ação que o produtor se dispunha a realizar”, explica a coordenadora estadual Luiza Saito, lembrando que o projeto chegou a pagar de R$ 70,00 a R$ 500 por hectare de área restaurada.
 

Ainda de acordo com Luiza, o projeto promoveu mudanças de uso do solo significativas em São Paulo, entre elas a mudança de pasto degradado para o pastejo rotacionado e o plantio de árvores que proporcionam áreas de sombra para os animais. Em outra vertente fundamental para a proteção hídrica, o Conexão Mata Atlântica permitiu a implantação de sistemas de saneamento rural em mais de 300 propriedades. Foram contempladas, também, práticas conservacionistas como o incentivo à meliponicultura, a coexistência com a fauna silvestre, a compostagem de resíduos orgânicos e a implantação de Sistemas Agroflorestais, entre outros.
 

No Vale do Paraíba, 16 municípios foram contemplados pela iniciativa, que contou com a participação da Fundação Florestal e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). No Vale do Ribeira e Baixada Santista, as ações foram executadas em Miracatu, Peruíbe, Pedro de Toledo e Itariri, na zona de amortecimento do Núcleo Itariru do Parque Estadual da Serra do Mar. Além dessa unidade de conservação, outras três foram beneficiadas pelo projeto: APA S. Francisco Xavier, Estação Ecológica Bananal e Núcleo Santa Virgínia do Parque Serra do Mar.

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