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Testemunhas no caso do sítio de Atibaia, atribuído ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, relataram ao juiz Sergio Moro terem sido interpeladas por membros da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF) sobre o caso.
Em depoimentos concedidos ao juiz na última quarta-feira, dois irmãos do caseiro Élcio Pereira Vieira, conhecido como Maradona, relataram abusos de autoridade por parte dos agentes. Moro afirmou que vai investigar os fatos e deu prazo de cinco dias para esclarecimentos por parte do MPF, conforme publicado pelo portal Uol.
O eletricista Lietides Pereira Vieira afirmou que a PF e o MPF levaram sua esposa e seu filho, em 2016, na base da condução coercitiva, para prestar depoimentos sobre o sítio. Os agentes apareceram na porta de sua casa às 6h, armados e com roupas camufladas, sem apresentar mandado judicial ou intimação.
A mulher de Lietides já havia feito faxinas no sítio. Inquirida sobre quem a empregou, disse ter trabalhado para Fernando Bittar (empresário que diz ter emprestado sítio a Lula).
Segundo o eletricista, o filho, então com oito anos, sofreu traumas psicológicos em decorrência da abordagem e necessita de acompanhamento psicológico.
O pedreiro Edvaldo Pereira Vieira, por sua vez, disse ter sido procurado pessoas que alegavam trabalhar no Ministério Público. A Moro, contou ter ficado “constrangido” com a forma como foi abordado.
O processo que investiga Lula na Lava Jato apura se ele teria recebido R$ 1 milhão em propina paga por meio de obras feitas no sítio, frequentado pela família do ex-presidente e apontado pelo MPF como propriedade do petista, embora esteja registrado em outro nome. As empresas Odebrecht, OAS e Schahin teriam se encarregado das reformas. A defesa de Lula nega que ele seja dono do sítio.