A liberdade de criar é uma necessidade visceral sugerida pelas obras de Rebeca Martineli. Trata-se de uma proposta poética presente em sua visualidade e, acima de tudo, uma alegoria que leva a pensar como as pessoas vivem encerradas dentro de seus medos e da própria condição existencial contemporânea.
O processo de criação de uma obra de arte é uma maneira de cantar nessa prisão vivencial. E há muitas maneiras de manifestar esse desejo de ser ouvido e de se colocar fora das amarras colocadas pelas mais diversas instâncias sociais regidas pelo tradicionalismo, conservadorismo, formalismo e autoritarismo.
Para voar, é preciso guardar energia e ter uma boa base que permita tomar impulso. Analogamente, as jornadas visuais propostas por Rebeca Martineli instauram essa situação. Afinal, sair de algum parâmetro de prisão real ou imaginária, demanda a busca pela materialização da utopia.
Para que isso ocorra, a técnica e a imaginação devem caminhar juntas. Nas criações visuais da arista, ambas dialogam e se articulam em preciosos caminhos nos quais não há limitações, mas potencialidades a desenvolver diferentes vozes com uma mesma proposta libertadora.
Oscar D’Ambrosio
@oscardambrosioinsta
Pós-Doutor e Doutor em Educação, Arte e História da Cultura, Mestre em Artes Visuais, jornalista, crítico de arte e curador.
Rebeca Martineli – Diz para dor
