por Roberto C. P. Junior
Dentre outros efeitos, a lei básica da reciprocidade dispõe sobre a necessidade de equilíbrio em tudo.
Um ecossistema ainda não corrompido pela ação humana, por exemplo, sempre estará em equilíbrio. Jamais apresentará uma disparidade acentuada entre o número de espécies que o compõem. Também nunca se observará ali alguns dos integrantes tentarem destruir o ecossistema, visando angariar vantagens para si. Não haverá tampouco uma espécie desprovida do necessário para sua sobrevivência, tendo de experimentar penúrias.
Os seres que pertencem ao ecossistema ‘dão’ de alguma maneira algo para o todo, e ‘recebem’ em contrapartida o necessário para sua subsistência. Vivem num equilíbrio contínuo entre o dar e o receber. Mesmo as espécies do reino vegetal obedecem automaticamente a essa lei do equilíbrio permanente. Plantas e árvores ‘recebem’ da natureza os nutrientes do solo e ‘dão’ a ela flores e frutos; ‘utilizam’ o gás carbônico da atmosfera e ‘devolvem’ a ela o oxigênio.
Na natureza, o equilíbrio é, portanto, automático e permanente. Com o ser humano deveria ser o mesmo… Porém, o equilíbrio com ele só existe naquilo que não depende de sua vontade, como nos efeitos da força que lhe traspassa e lhe permite viver.
Tal força provém do Doador de toda a vida. É uma força neutra, podendo ser dirigida tanto para o bem como para o mal. A criatura humana detém o poder de dirigir essa força proveniente do Criador, recebendo depois de certo tempo tudo quanto formou com ela. Ao fazer uso dessa força, ela ‘dá’ à Criação conformações geradas pelas suas intuições, pensamentos, palavras e ações; e após certo tempo ‘recebe’, então, da Criação aquilo que anteriormente havia dado a ela, sejam coisas boas ou más.
Num sentido mais restrito, ela utiliza uma pequena parte dessa força, um efeito diminuto do dar e receber, para manter-se durante os anos em que viverá aqui na Terra. Pelo seu trabalho ela ‘dá’ materialmente algo ao ambiente, e por isso ‘recebe’ dele o necessário para a sua vida terrena: alimento, vestuário e moradia. O dinheiro é apenas um modo de intermediar o dar e receber na matéria, ou deveria ser, se a humanidade não tivesse se transviado, se não tivesse se extraviado.
Atualmente, tudo o que depende da vontade consciente da criatura humana está em desequilíbrio. Nas relações humanas, a maioria quer tudo receber, sem nada dar em troca. Quase todos querem levar vantagem de algum modo, seja em termos financeiros ou apenas para serem bem considerados e invejados. Nem lhes passa pela cabeça dar uma compensação por alguma pequena gentileza recebida, por uma boa palavra ou mesmo por um simples sorriso. No máximo, devolvem sorrisos mecânicos, desprovidos de qualquer vida.
Essa atuação errada não precisa e não deve ser a regra para o ser humano individual que procura evoluir espiritualmente. Aquele que busca conhecer as leis da Criação (http://on.fb.me/1MkBS4L) e viver segundo suas diretrizes procurará sempre agir de modo a manter-se em equilíbrio contínuo e harmonioso com o ambiente que o rodeia. E também consigo mesmo.
(Conheça a literatura do Graal publicada pela Ordem do Graal na Terra. Acesse: http://bit.ly/18h6hxk.)
Roberto C. P. Junior é espiritualista, mestre em ciências, membro da Academia de Letras e Artes de Portugal e autor de seis obras, dentre as quais: O Dia Sem Amanhã, Capotira, O Filho do Homem na Terra. contato [email protected]
Site: http://odsa.com.br/ O dia sem amanhã