O viajar de Ógbá

A ancestralidade fundamenta o processo criativo de Ógbá.  Ele mergulha nas memórias familiares, realizando um resgate em que mescla as influências africanas e baianas com o cotidiano de São Paulo, SP, cidade em que mora, as pessoas que marcaram a sua vivência, a realidade brasileira e as brincadeiras populares que marcaram a sua infância.

Natural de Ipiaú (BA, 1982), reside na capital paulista desde 1984. Autodidata, começou a experimentar as artes desde criança, estimulado pela família e pelo prazer de criar. Em 1999, começou a atuar profissionalmente nas artes visuais. Fundador do Coletivo OsGDV, trabalha principalmente com graffiti, aquarela, nanquim e tinta acrílica.

A sua obra carrega dimensões afetivas e visuais de modo a construir um navegar pela existência. Os traços carregam um ser e um sentir do mundo que se manifesta, seja no trabalho em branco preto ou no uso das cores, como uma declaração de amor à vida e às suas raízes.

Imagens cotidianas são assim transformadas em jornadas épicas, pois são criadas plenas de memória e de magia. Cada trabalho transforma assim aquilo que se conhece comumente como realidade e lhe dá novas dimensões, antes insuspeitadas. Ógbá sugere, portanto, que há um mundo melhor a ser construído. A sua arte é uma maneira de viajar nessa direção.

Não sou eu quem me navega, 2022 – Estudos do passado, presente e futuro nanquim sobre papel – 21 x 29,7 cm

 

Oscar D’Ambrosio
@oscardambrosioinsta
Pós-Doutor e Doutor em Educação, Arte e História da Cultura, Mestre em Artes Visuais, jornalista, crítico de arte e curador.

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