Pintada com tinta acrílica sobre tela (40 x 50 cm), “Procissão de Corpus Christi”, de José Carlos Monteiro (1954), nascido e residente em São Luís do Paraitinga, SP, evoca uma celebração tradicional no município.
Expressão latina que significa “Corpo de Cristo” e que surgiu na Idade Média com o objetivo de homenagear a Eucaristia, a festividade é marcada por procissões que passam por ruas ornamentadas com grandes tapetes feitos de serragem colorida, palha de arroz, cascas de ovos, borra de café, cal, folhas e flores, entre outros materiais.
Apesar de a data religiosa ter sido instituída em 1264 pelo Papa Urbano IV, foi apenas na década de 1960 que o costume de enfeitar as ruas com tapetes no caminho da procissão começou. A de São Luiz de Paraitinga é uma das mais tradicionais.
A obra de Monteiro valoriza o casario local, muito afetado após a enchente de 2010 que destruiu edifícios históricos e a Igreja Matriz do século XVII. Os tapetes, confeccionados pelos moradores em um trabalho em equipe, são progressivamente destruídos pelos pés dos fiéis que integram a procissão.
Esta obra integra o Salão Paulista de Arte Naif 2021 no Museu Municipal de Socorro, SP.
Oscar D’Ambrosio
@oscardambrosioinsta
Pós-Doutor e Doutor em Educação, Arte e História da Cultura, Mestre em Artes Visuais, jornalista, crítico de arte e curador