Ator de chaves tinha Parkinson e morreu do coração. Saiba como a doença impacta no sistema cardiovascular

O ator Roberto Gómez Bolaños, o eterno Chaves, completaria 95 anos neste dia 21 de fevereiro. O mexicano morreu em 2014 vítima de insuficiência cardíaca, decorrente de complicações de Parkinson. A doença pode não ter sido determinante para a morte do intérprete, mas ter contribuído para o seu falecimento. Especialistas complementam que 60% dos pacientes parkinsonianos têm problemas relacionados à morte súbita, como: distúrbios cardiovasculares e disfunção do sistema autonômico.

Para entender o perigo ao qual o coração do parkinsoniano está exposto, primeiro, precisa-se explicar a doença. O parkinson é uma enfermidade degenerativa que reduz a quantidade de neurônios produtores do neurotransmissor dopamina. A diminuição causa principalmente dificuldade de movimentação do corpo, rigidez muscular e tremores. Também ocorre a perda de células semelhantes nas regiões extra cerebrais, conhecidas como periféricas, prejudicando a manutenção da estabilidade do sistema cardiovascular e comprometendo o coração.

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O tratamento medicamentoso para repor a dopamina minimiza os sintomas do Parkinson. Porém, com o tempo, pode causar efeitos adversos neurológicos e não neurológicos, que impactam também no coração.

Apesar dos problemas cardiovasculares serem comuns no envelhecimento, o Parkinson e seu tratamento colaboram para a piora do funcionamento do órgão. A doença afeta os movimentos voluntários do corpo e a função do sistema nervoso autônomo, responsável por atividades que não exigem comandos racionais como frequência dos batimentos cardíacos, controle da pressão arterial etc.

Por isso, o paciente com Parkinson pode apresentar taquicardia, instabilidade da pressão arterial com elevações e quedas da pressão, principalmente nas mudanças de posição, como ao se levantar, além de insuficiência cardíaca. Com a evolução da doença, pioram as alterações relacionadas ao órgão.

O neurocirurgião do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe) Dr. José Oswaldo de Oliveira Jr. explica que pessoas que vivem com Parkinson devem realizar consultas e exames cardiológicos com periodicidade. “O acompanhamento com especialista permite iniciar e ajustar o tratamento antes da piora dos problemas cardíacos, além de eliminar ou reverter sintomas motores e não motores causados pela doença”, acrescenta o especialista.

Sobre o Iamspe

O Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo (Iamspe) é o sistema de saúde do servidor público estadual. Com uma rede de assistência própria e credenciada presente em mais de 160 municípios, o Iamspe oferece atendimento a 1,3 milhão de pessoas, entre funcionários públicos estaduais e seus dependentes.

São mais de duas mil opções de atendimento no Estado, incluindo hospitais, clínicas de fisioterapia, médicos e laboratórios de análises clínicas e de imagem, além de postos de atendimentos próprios no interior, os Ceamas, e o Hospital do Servidor Público Estadual, na Capital. O Iamspe é um órgão do Governo do Estado de São Paulo, vinculado à Secretaria de Gestão e Governo Digital.

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