Ricardo Campos lança ‘Modo Particular’ e traz o Batuque Cello para BH

Show e álbum autoral integram projeto de pesquisa que explora a potencialidade do violoncelo na música popular e nas expressões culturais brasileiras e acontece nesta quinta-feira, dia 03, na Fundação de Educação Artística, em BH

O violoncelista e compositor Ricardo Campos traz para Belo Horizonte seu projeto de pesquisa “Batuque Cello”, que expande as potencialidades de um instrumento comumente usado em orquestras, associando-o à música popular e a expressões artístico-culturais brasileiras, como o tambor de crioula, o samba, o congado, o côco de roda, o maracatu, o batuque e o choro.

Ricardo Campos e o Batuque Cello apresentam nesta quinta-feira, dia 03, às 20 horas, na Fundação de Educação Artística (rua Gonçalves Dias, 320, Funcionários), o show do lançamento do álbum, “Modo Particular”, que traz composições do próprio Ricardo Campos, com direção musical e arranjos do virtuoso violonista, Samy Erick.

“O projeto Batuque Cello nasceu em 2016, durante a minha graduação em música na UEMG, período no qual eu vinha estudando o repertório erudito paralelamente ao meu trabalho em musicais de teatro e em shows de artistas como Maurício Tizumba, Sérgio Pererê e Mateus Aleluia. Gosto de tocar violoncelo, e me fascinam as expressões culturais brasileiras com as quais tive um contato mais aprofundado a partir dos 15 anos, no bloco Oficina Tambolelê – considero esta a minha primeira formação artística. Surgiu então o desejo de romper barreiras e produzir ritmos a partir do violoncelo para além do gênero clássico, usando arranjos sofisticados”, relata.

Campos, que também é ator e poeta, subirá ao palco com os instrumentistas Samy Erick (violão), Zé Henrique (vibrafone), Marcela Nunes (flauta) e Daniel Guedes (percussão) para apresentar as nove músicas do seu novo trabalho, criadas a partir de alegorias. Na canção “Xunins e Mimañam”, inspirada no povo indígena Tikmu’un (Maxakali), os povos-morcegos-espíritos – guardiões xamãs responsáveis por ritualizar processos de cura – levam para a aldeia o Mimanãm (mastro), considerado um elemento sagrado. Em “Fez Clarão”, que tem a participação do cantor e multi-instrumentista Sérgio Pererê, o músico revela que a curiosidade do seu personagem em direção ao clarão se sobrepõe às alterações de sentimentos durante o percurso.

Já a faixa-título do álbum, “Modo Particular”, com a participação do clarinetista Caetano Brasil, traz um choro canção para narrar um deslocamento entre uma nota e a harmonia: aqui o compositor reflete sobre sua identidade na música. “De certa forma essa composição traduz o projeto de pesquisa “Ricardo Campos e o Batuque Cello”, porque ao refletir sobre o meu espaço no universo de sons e ritmos encontrei no violoncelo melodias da música brasileira e dos movimentos da cultura popular e me senti representado”, observa.

O projeto é realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte, com apoio da Escola de Samba Acadêmicos de São Cristóvão, do Centro Cultural UFSJ, do Centro Cultural Venda Nova e da Fundação de Educação Artística. O álbum “Modo Particular” já está disponível nas principais plataformas de streaming.

Serviço: “Ricardo Campos e o Batuque Cello”

Show de lançamento do álbum “Modo Particular”
Data: 03/10, quinta-feira
Local: Fundação de Educação Artística (rua Gonçalves Dias, 320, Funcionários, BH)
Horário: 20h
Ingressos: R$10, vendas pelo site Sympla
Mais informações: @batuquecello, @ricardo_campos_caco

SOBRE RICARDO CAMPOS

Músico, ator e poeta, participou dos musicais “Zumbi” (Augusto Boal e Gian Francesco Guarnieri), com direção de João das Neves; e “Oratório, a saga de Dom Quixote e Sancho Pança”, com a Cia Burlantins, sob direção de Paula Manata e Eid Rebeiro. Possui bacharelado em música pela Universidade do Estado de Minas Gerais, com habilitação em violoncelo. Atualmente cursa mestrado em Ensino e Relações Étnico Raciais, na Universidade Federal do Sul da Bahia.

Trabalhou com os artistas Sérgio Pererê, Maurício Tizumba, Mateus Aleluia, entre outros. Participou do projeto Bloco Oficina Tambolelê, no qual estreitou seu contato com a percussão e as artes negro-diaspóricas.

Em 2016 desenvolveu o projeto de pesquisa “Ricardo Campos e Batuque Cello” e gravou seu primeiro disco independente, “Alumiado”, com a participação de músicos e amigos de Belo Horizonte.

Em 2018 foi o único brasileiro a participar do festival de violoncelo popular, “New Directions Cello Festival”, em Colônia, na Alemanha, quando constatou que sua arte havia alcançado o mundo: os demais violoncelistas participantes já conheciam seu projeto Batuque Cello.

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